Outro dia, zapiando os canais de televisão numa tarde, me deparei com uma apresentadora, destes programas de fofoca, comentando com outra, que havia assistido a este filme no dia anterior e tinha detestado, e que não tinha entendido que graça havia no filme. Logo em seguida passou a falar com conhecimento de causa à respeito das fofocas sobre as "celebridades" atuais, como as mulheres frutas e seus derivados. Certamente esta mesma apresentadora, não deve ler jornais nem assistir aos noticiários, assim como nosso digníssimo presidente da República, que só assiste tv para ver seu Corinthíans. Não sabe ela que este singelo filme feito pelos últimos premiados do Oscar, os irmãos Coen, talvez seja a comédia mais corrossiva à respeito da
nação mais rica do mundo, burra e perdida pelas mãos de seu presidente cawboy. Este filme retrata a era Bush.
Último filme assistido no ano passado por mim, foi uma grata surpresa perceber um dos melhores filmes do ano, melhor até do que aquele que poucos meses atrás lhe renderam um Oscar merecido de filme e direção: "Onde os Fracos Não Têm Vez".
Não dá para não pensar em Bush, quando o ótimo J.K. Simmons aparece como um apalermado chefe da CIA, que parece mais perdido que seus oficiais subordinados. Quando recebe os informes à respeito dos problemas que cercam os outros personagens não menos patéticos e as mortes ocorridas. Suas reações, lembram Bush recebendo as notícias do 11 de setembro, no jardim de infância onde se encontrava, versando sobre patos com alunos com os quais ele deveria fazer parte. Em outro momento, Simmons dá ordens para seus subordinados, em que mais parece Bush mandando atacar o Iraque, pois o carrasco Saddan havia magoado e desrespeitado o papai Bush, e isso não se esqueçe, mesmo que pra isso tenha que se inventar bombas ameaçadoras, que não existiam e até agora, no seu último dia de mandato, não existem.Patético.
Mais patético ainda são os outros personagens que adentram numa cadeia de falsas informações a respeito de supostas confidencialidades da CIA, retiradas de um ex-agente afastado por "problemas com as bebidas". Todos são uns frustados solitários que se acham grande coisa e transformam coisas inúteis como as memórias da ex-agente bêbado, vivido por Malkovich, em bomba prestas a estourar na mão de cada um deles. Uma coisa pequena, que se torna grande devido à soberba de cada um dos envolvidos, como a personagem de Frances McDormand, que se achando possuídora junto com o amigo de trabalho Brad Pitt (excelente coadjuvante) de documentos importantes, resolve chantagear o ex-agente da Cia, para conseguir dinheiro para fazer suas tão sonhadas plásticas, afins de conseguir finalmente arrumar um namorado.
Não dá para deixar de fazer um paralelo destes personagens que "se acham" e na verdade só se complicam, com os "sábios" economistas americanos, que em meio às suas atrapalhadas genialidades deflagaram a maior crise economica mundial, só comparável aos anos de depressão a quase um século atrás. Hoje, um milhão (declarados) de americanos estão falídos, e outros países do mundo estão indo pro mesmo saco, como exemplo o Japão, onde brasileiros estão nas ruas sem emprego e sem dinheiro nem para a passagem de volta para o Brasil. Como as coisas tomaram estas proprorcões? Onde estavam os gênios economistas americanos com seus salários milionários que não pressumiram tamanha catrástofe? Soberba, é tudo soberba. Me parecem o personagem de Brad Pitt ( que merece o Oscar por este pequeno e bom trabalhado papel) se achando possuidor de grande coisa, quando na verdade não passava de um bobo da corte, um idiota patético.
Não contente com as críticas ao governo e a economia, os irmãos Coen ainda destilam seus venenos para as mulheres americanas nessa nova ordem mundial, que fez com que elas ganhassem - logo após a segunda guerra, mais precisamente nos anos sessenta - suas emancipações e conquistas feministas. Em meio à esposa (Elisabeth Marvel) e a amante (Tilda Swinton) se encontra um apalertado George Clooney, que não sabe se portar e mais parece um joguete em meio à duas mulheres de sucesso e poderosas, que quando se encontram, ambas chamam uma a outra de frias e egoístas, como de fato são. Parece que os irmãos Coen se perguntam: Pra quê tantas conquistas mulheres americanas? Para se tornarem isso? Frias e egoístas.
Engraçado que as críticas que chegaram a respeito deste filme, diziam que este seria um filme cômico e despretencioso dos irmãos, já que haviam acabado de realizar anteriormente uma obra-prima tensa e profunda. Não concordo, pois nem acho o filme engraçado, ao contrário, é triste, seus personagens são tristes e solitários. E o recado é que ou a América abre os olhos e enxerga que já não é mais a bam-bam-bam mundial, haja visto seu presidente e seus economistas, ou estão todos condenados à bobos da corte, patéticos ex-líderes afundados na suas próprias soberbas.
Já vai tarde Bush! Abre o olho Obama!
Oi Beto, não vai votar no Alfred, não?
ResponderExcluirFala Beto, estou comentando aqui para dizer que voltei a postar esporadicamente em meu blog, tem um post sobre os indicados ao Oscar, postei também os vídeos dos cinco curtas de animação concorrentes. Fora isso, tem um post sobre o novo cinema IMAX, e outro sobre a estréia da 5ª temporada do Lost, que eu sei que você adora.
ResponderExcluirQuanro ao Queime Depois de Ler, perdi ele nos cinemas, mas não vou deixá-lo escapar em DVD. Abraços.
Olá jbeto,
ResponderExcluirSou leitor do cinedobeto e sou cinéfilo de carteirinha. Eu estou mandando esse email porque estou trabalhando numa empresa que desenvolveu um portal sobre cinema - o Cinema Total (www.cinematotal.com). Um dos atrativos do site é que você cria uma página dentro do site, podendo escrever textos de blog e críticas de filmes. Então, gostaria de sugerir que você também passasse a publicar seus textos no Cinema Total - assim você também atinge o público que acessa o Cinema Total e não conhece o cinedobeto.
Se você gostar do site, também peço que coloque um link para ele na seção "Links" do cinedobeto.
Se você quiser, me mande um email quando criar sua conta que eu verifico se está tudo ok.
Um abraço,
Marcos
Beto, tudo bem? Meu nome é Ricardo Schott, estou fazendo a divulgação da nova revista SET, que vem com nova equipe, novos editores, novos colunistas e vai para as bancas dia 5. Gostaria de te mandar um release da nova fase da revista e uma foto da capa. Qual seu e-mail? Entre em contato! O meu é rschott2004@gmail.com Abraço!
ResponderExcluirMuito bom o blog!
ResponderExcluirAdoro Queime Depois de Ler, e concordo quanto à tristeza dos personagens. É um filme profundamente melancólico.
Sou fã das comédias dos irmãos Coen, Queime depois de ler é muito engraçado e tem um ótimo elenco.
ResponderExcluirParabéns pelo blog.
Como não gostar das comédias dos irmãos Coen?
ResponderExcluirQueime depois de ler foi um dos melhores filmes de 2008, na minha opinião.
Grande elenco, grande atuações e um roteiro excelente!