
No cinema de Egoyan, existe uma preocupação imensa sempre com o ser-humano, seus filmes sempre buscam olhar a fundo o homem e suas inquietações. Este é o seu ponto a favor, que especificamente eu adoro em qualquer obra. Mas existem os pontos negativos, que identifico tanto neste, Verdade Nua, quanto nos elogiados, Exótica e A Doce Amanhã, os outros filmes que assisti do diretor. O maior problema do filme é o seu roteiro confuso.
Com ótima ambientação nos anos 50 e 70, e uma clara homenagem aos film-noir, Egoyan nos conduz a história de uma dupla de muito sucesso nos anos 50, vivida pelos ótimos Kevin Bacon e Colin Firth. Acompanhamos em flash-back , os fatos que fizeram a dupla se separar através de uma jornalista, vivida por Alison Lohman, já nos anos 70, que resolve investigar o porquê do afastamento da dupla em seu apogeu. Até porque o caso ficou meio obscuro, por causa de uma arrumadeira de hotel ter sido encontrada morta na suíte da dupla.
O filme vai muito bem até sua metade, mas quando vai desvendar o mistério da morte da arrumadeira, fica confuso e se perde. Se a dupla de atores dá conta do recado, o mesmo não se pode falar de Alison Lohman. Personagem principal e fundamental na trama, a jornalista não encontra em Alison a força e carisma necessário para o andamento do filme. Ela é uma jovem atriz de talento, mas está equivocadamente escalada, neste complexo personagem, o filme empaca nela.
Egoyan é um diretor muito elogiado, que sempre faz muito sucesso nos festivais em que um filme seu participa. Para mim, ainda falta uma obra à altura dos elogios que recebe.