20 de janeiro de 2011
Minhas Mães e Meu Pai - Lais Chalodenko
Churrasco na casa de uma amiga, dia quente e muita cerveja rolando. Sento ao lado de um casal de amigas. Bia comenta comigo:
E aí Beto, já assistiu “Minhas Mães e Meu Pai”?
Claro, é muito bom. Annette Bening manda muito bem no filme. Merece o Oscar. Aquela cena dela depois de descobrir os fios de cabelo é fantastisca.
Pois é... Deixa eu te contar uma novidade em primeira mão. Resolvi! No próximo ano terei um filho. Produção independente também. Já tá na hora, acho que tenho estrutura financeira e mental pra segurar a parada.
É mesmo? E o que a Joana acha disso, vocês estão juntas há tempos...
O lance é meu, mas estamos bem resolvidas quanto a isso. Conversamos tudo o que tínhamos para conversar. Sou eu que quero, ela vai ser a “tia”.
E aí, vai fazer o mesmo que as personagens de Juliette e Annette no filme? Viu só a confusão que deu...
Não, não. Apesar de homem ser completamente dispensável, gosto de pinto. Assim, assim...Vou uma noite dessas em que eu me achar fértil e preparada, sair por aí, achar um homem simpático e transar. Eu me garanto, me acho ainda bem gostosa.
Sim, é sim. Entendo.
Eu gosto de pinto, já disse né, mas muito de vez em nunca. Homem é dispensável...
É, você já falou...
Pois é... Pode ser de outro jeito também. Algum amigo... se eu tiver sorte e engravidar, conto para ele, se quiser ajudar é benvindo, senão tá tudo bem, é completamente...
Dispensável (comenta Léa do outro lado da mesa, entrando no meio da conversa), eu também acho. Depois de dois ex-maridos então... Agora, homens na minha vida, só meus dois filhos. Homens são completamentes dispensáveis. Aliás, estou nervosa, vou hoje à noite me encontrar com uma meninha que conheci na minha loja nesta semana. Marcamos para hoje à noite. Aliás Bia, você podia até me dar uns toques né, já que estou adentrando num novo mundo...
Querida, vai tranquila que vai dar tudo certo. É uma coisa de dentro pra fora, como tenta explicar a Juliette para o filho uma certa hora no filme. Não é Beto?
... (eu calado)
Achei bem pertinente. Não da para explicar, é de mulher pra mulher... Olha lá Beto, a churrasqueira, vai queimar...
Ah! Pra isso eu não sou dispensável né?
Ah! Magoei! Você é amiguinho. Não conta. E para certas coisas não. (elas riem e eu saio da mesa menor do que antes).
Usei a histórinha – verídica – acima, para ilustrar o fato desse filme ser tão legal. Sim, legal é o termo certo. Esse filme esta para o ano de 2010, assim como 500 Dias com Ela está para o ano de 2009. É aquele filme, que se não é o melhor do ano, é o mais simpático, o mais “cool”. Quem não assistiu, assista correndo. E sem preconceito.
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