E lá vamos nós para o parque cinematográfico de Tarantino
novamente. E com muito prazer, é claro. Neste seu oitavo filme, o diretor mostra
igual vigor para brincar e levar a sério a brincadeira que mais gosta na vida,
o cinema. Seu estilo, seu talento indiscutível estão novamente à prova, para
nos levar, amantes e brincantes da grande tela a acompanhar mais uma aventura
sua com grande deleite. Uma montanha russa em forma de filme. Quer melhor?
Fico lendo as resenhas e críticas a respeito deste seu novo
filme, e fico me perguntando o que o diretor acharia delas. Certamente, não
esta nem aí, pois ele sabe muito bem aonde esta pisando e o domínio que tem do
que faz. Seus filmes são imensos, e todos baseados na sua paixão pelos filmes B,
por Sergio Leone e outros diretores dos antigos faroestes, assistidos na
adolescência, quando – talvez – nem sonhava em chegar aonde chegou. Cada filme
seu é uma montanha russa em que montamos (sentamos) ávidos pelas emoções que
nos esperam, e neste seu último filme, elas estão aos montes. E dá-lhe sangue,
atores – este Christoph Waltz, hein?! - em estado de graça, e diálogos
impertinentes e espertos. E ainda por cima, uma trilha sonora melhor do que a
outra. É disso que gostamos. Quem quer outra coisa que vá assistir Godard.
Mas os politicamente corretos e chatos de plantão insistem em
achar defeitos. Até mesmo um cineasta que muito admiro como Spike Lee, botou a
boca no trombone, mesmo sem assistir ao
filme, pois acha que a palavra “nigger” é muito usada no filme, e que é depreciativa,
assim como a violência mostrada, como na cena em que um escravo é devorado por
cães. Ora, ora, será que ele acha que na época os escravos eram tratados a
brioches e leite quente?
O que mais impressiona novamente é como Tarantino consegue
chegar ao limite da comédia e da violência, sem ser apelativo. Afinal, apesar
de – fato – a Ku Klux Klan ser uma aberração, uma idiotice de homens insanos, e
que muito mal causou, ele consegue tirar um sarro dos seus seguidores, que até
me lembrou de Monty Python, obviamente outra homenagem a suas referencias. No cinema, pode-se tudo,
até mesmo mudar a história, como ele já provou no filme anterior “Bastardos
Inglórios”, onde ridicularizou Hitler e o matou – adivinhe? – dentro do cinema.
Aqui quem dá a bola é Django, o grande justiceiro dos negros, que saí matando
meio mundo de branquelos escravocratas. No cinema pode. E Tarantino é mestre
nisso. São três horas de deleite, e quando o filme acaba, fica o gosto de quero
mais. Dá vontade de assistir de novo.
Em recente entrevista na Playboy, Tarantino disse que se dá
por satisfeito se conseguir fazer dez filmes significativos, e prefere parar a
ficar velho fazendo filmes decadentes. Do jeito que a coisa vai, serão muitos
outros. Eu do meu lado, aguardo sua próxima montanha russa cinematográfica,
como o menino que um dia eu fui, e adorava ir ao Playcenter ou outro parque de
diversões qualquer. Só que agora, é de adulto. O parque Cine Tarantino. Salve,
salve!
Segue lista com minha lista por ordem de preferência:
8 – À Prova de Morte ***
7 – Jacke Brown ***
6 – Cães de Aluguel ****
5 – Kill Bill – Volume II ****
4 – Django Livre ****
3 – Bastardo Inglórios *****
2 – Kill Bill – Volume I *****
1 – Pulp Fiction *****
Ótimo texto, meu camarada. Tarantino é o cara e Django, ainda que não seja o melhor do diretor, é um filmaço. Vontade rever também. Abração!
ResponderExcluirÓtimo é o seu, que li recentemente no seu blog. Até te imitei e pus minha listinha em ordem de preferencia, hehehe. Valeu a visita, Celo. Amanhã tem Lincolm
ExcluirAdorei o post, adoro tarantino pelos defeitos que os outros apontam - me julguem! Aguardo Lincolm.
ResponderExcluirLincoln é chato!!!!!
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