Numa sala de projeção completamente lotada, ontem assisti a este filme, sendo a minha primeira ida ao cinema no ano. Tinha que ser um grande filme, e acompanhado de um amigo gay, que não via a hora de assistir a este filme.Fui munido de boas perspectivas. Sabendo apenas que o filme reunia muitas canções e contava a estória de vida de um rapaz gay com sua família..
Também pudera. Um filme que reúne uma boa trilha pop, com clássicos de Bowie, Pink Floyd e Stones, já me ganha de cara, nem precisa muito. Mas o filme é muito mais que isso.
É uma estória de autodescoberta de Zach (Marc-André Grondin), um rapaz em plena adolescência, em meio ao seu conturbado relacionamento familiar. E que família!Todos com seus defeitos e virtudes. Estes comungam a vida entre imperfeições e afetos mal expressados. Qual a família não é assim? Acompanhamos a estória desta família desde o nascimento de Zach até ele se tornar um adulto, e de bem consigo mesmo, ou seja, com sua opção sexual já estabelecida, já que ele fica se debatendo e questionando na maior parte do tempo sobre seu homossexualismo. Este questionamento é particularmente centrado na figura de seu pai, pois por medo de machucar o pai (a família), ele demora a se aceitar como de fato é.
Por falar no pai (Michel Côté, excelente), este para mim é o grande personagem do filme, juntamente com a mãe (Danielle Proulx). Ambos se completam e amam muito seus filhos, mas cada um a seu modo, tem uma forma de expressar este amor. O pai é um antiquado centralizador, que quer se ver orgulhoso de sua prole, e que todos sigam o caminho que ele acha correto. Já a mãe traz ao filme outra coisa muito importante, que é a questão da religiosidade e fé dentro da família. Ela acredita que Zach tem poderes especiais por ter nascido no mesmo dia de Jesus Cristo.Enquanto ele cultiva o ateísmo, mas não a desmente por saber que para ela aquela “ligação” espiritual é muito importante. E esta ligação existe,só que entre os dois, pois todas as vezes que Zach corre perigo, mesmo estando longe, sua mãe pressente e o ajuda de alguma forma. É o amor de mãe, tão puro e lindo, vencendo distâncias.
Este filme tem várias cenas marcantes, mas uma me chamou muito atenção, que é quando Zach fica imitando David Bowie no seu quarto, com o som alto a pleno pulmões. Já me vi fazendo isso várias vezes, como que expelindo dores através do canto desesperado, como se fosse (e não é?) uma comunhão entre o artista e eu. Como se ele estivesse cantando para mim, e eu respondendo na mesma medida, cantando, agradecido, por alguém entender minhas dores.
Um filme imperdível e delicioso.
Beto, Estou passando para falar sobre o meu novo blog
ResponderExcluir(http://claque-te.blogspot.com) onde eu escreverei sobre filmes que chamaram minha atenção enquanto
que o the cave ficará como um panorama global do que está rolando na sétima arte ultimamente. Além disso, há textos meus de 15 em 15 dias no portal
Reação Cultural (http://reacaocultural.blogspot.com), uma revista virtual da qual participo.
Abraços do crítico da caverna.
não curti muito esse crazy...me pareceu um subproduto de velvet goldmine, que eu nem gosto muito tb...
ResponderExcluirPoxa Serge, o filme é tão legal. Não assiti este outro que vc citou, mas vou procurar assistir já que vc diz ser parecido.
ResponderExcluirVou visitar seo blog com certeza , Roberto. Valeu!
Estaria na minha lista de melhores de 2006 não fosse aquela desnecessária seqüência em Jerusalém. De qualquer forma, achei um puta filme e passei dias ouvindo Bowie por causa dele. ;)
ResponderExcluirBeijo.
hehehe, peguei o elevador do Frei Caneca, Estava cheio e certamente me acharam um louco, pois não tava nem aí, saí do cinema e fui até o carro cantando a bendita música do Bowie, e meu amigo, envergonhado do lado
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