Depois de ter assistido e ter agüentado o chato do Munique - Spielberg (que já foi um dia meu cineasta preferido) e o chatíssimo Free Zone de Amos Gitai, fiquei indeciso se iria assistir à mais um filme envolvendo a questão Palestina. A curiosidade acabou vencendo, afinal este filme parte do principio de nos mostrar as últimas 48 horas na vida de dois jovens, Ali Suliman (Khaled) e Kais Nashef (Said) que decidem se entregar a uma “missão santa”, são homens-bomba, prestes a morrer pela causa que acreditam.
Dois amigos inseparáveis desde a infância, aceitam essa missão como obra maior da luta de seu povo. Mas o que os move para a missão suicida é mesmo a fé inabalável? Até então, juntos, eles estavam completamente seguros de si, basta algo dar errado e se afastarem para as coisas mudarem.Aos poucos , seus perfis vão se definindo a nós espectadores, certezas e dúvidas aparecem. Principalmente quando uma moça, a bela Lubna Azabal (Suba), tem contato com os dois suicidas. Em cada um, ela toca de uma maneira, de um jeito, e tem papel fundamental na reviravolta que acontece na vida daqueles rapazes e em seus futuros.
A covardia e a coragem vão se revelando de maneira ambígua, através da conversa com Suba, em cada um deles. Não haverá outra maneira de se lutar nesta guerra? Em pouco tempo, o que era certo para um, fica duvidoso, e ao contrário para o outro.
Nunca entendi e acho difícil um dia entender essa guerra toda no Oriente. Sou ocidental, penso como ocidental, e me parece às vezes que estamos em dois mundos diferentes no mesmo mundo. Mas o que nos une e faz nos parecermos é os sentimentos de amor e amizade. É isso, e através disso, que podemos chegar em algo perto da convivência entre diferentes povos.
Um filme rápido, necessário. Duro e seco como uma porrada no estômago. Sem a diplomacia de Spielberg, sem os ranços poéticos de Gitai.
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