27 de abril de 2006

Árido Movie – Lírio Ferreira


Lembro de quando assisti “Baile Perfumado”, saí do cinema sem saber se havia gostado ou não do filme, pois achei o filme estranhíssimo, bem diferente. Isso acabou mudando numa revisão, e o que era estranho se tornou original e belo, fruto da direção criativa de Lírio Ferreira e Paulo Caldas.Neste Árido Movie, a direção ficou apenas com Lírio Ferreira, talvez por isso a impressão que fiquei do filme é de que ele ora parece ousado, ora não, fica no meio do caminho.Talvez seja a falta de Paulo Caldas.

Muito aguardado e com um elenco estrelar, mesmo sem toda aquela ousadia que eu aguardava,o filme me agradou muito, e que bela fotografia azulada. Com exceção de Guilherme Weber (Jonas), que me parece, inapropriado para viver o protagonista do filme.Mas o restante do elenco compensa.

O filme conta à história de Jonas, homem do tempo, num jornal televisivo de São Paulo, que é obrigado a voltar às suas origens, no sertão pernambucano, devido ao assassinato de seu pai, que ele não via desde menino. Sua volta, o leva a confrontar seu passado num ambiente totalmente estranho a ele, e neste lugar ele se depara com vários tipos e situações. Vingança, Seca, Índios, Maconha. Tudo se mistura em sua mente.

O que muitos acham ser o defeito do filme, para mim é o seu grande mérito. O diretor mistura vários personagens e várias situações estranhas. Ele atira para todos os lados, e deixa muitas situações em aberto, ele parece não procurar respostas. Tanto é que o melhor do filme, é sua parte onde não há política, nem questões sobre seca ou água. É a turma de maconheiros, amigos de Jonas, três porras loucas, cujo único objetivo é... Fumar mais maconha. Selton Mello arrasa, com seu Bob (que parece ter sido inspirado na canção do Otto, que por sinal assina a trilha sonora do filme), com seu tipo bonachão e gordo. Vale lembrar também do Meu Velho, personagem de José Celso Martinez, que evoca um profeta fajuto e sua filosofia sobre a água no sertão.

Passado, presente. Costumes antigos e modernidade, entram em choque neste filme meio que autobiográfico do diretor Lírio Ferreira. Faltou um pouco mais de ousadia, mas vale muito a pena assistir.

3 comentários:

  1. Sabe que eu gostei muito? Achei de uma inconseqüência quase pueril, mas libertária.

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  2. Tambem adorei, mas aquele final na galeria... Vou te contar!

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  3. Há tempos não vejo um filme tão ruim...

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