Confesso que fiquei com raiva dos críticos que vaiaram e soltaram gargalhadas na pré-estréia do filme em Cannes. Acho que todos já foram prontos para não gostar, aquela espécie de “clube do Bolinha”, que rola infelizmente, em todo e qualquer canto. Tirando pela Mostra de SP.Basta vestir um par de tênis Puma ou All-Star, óculos de aro grosso, e pronto. A pessoa já se sente interagindo com a “inteligência”, ou melhor, os críticos e formadores de opinião. Tenho sempre a impressão que muitos dos que acompanham a Mostra vão mais para serem vistos nas filas, do que propriamente verem os filmes.Fora a pré-disposição a não gostar de nada que mexa com religião, pois é tão chique ser agnóstico (palavra bonita, né). São impressões minha, amargas devo admitir, de uma segunda-feira cinzenta e fria em Sampa. Mas voltando ao filme... A porrada está sendo desleal, todos (parece) já foram com as pedras nas mãos, nem bem começou... pedra nele. Poxa, é preciso também respeitar os fracassos. E que fracasso!
O filme mais aguardado do ano, talvez da década, baseado num dos livros de maior sucesso no mundo, com uma venda impressionante de mais de 60 milhões de exemplares, é de dar dó. É ruim mesmo e naufraga de acordo com a sua ambição. Acredito que esta produção se cercou de uma série de erros, que vai fazer (espero) com que os grandes estúdios repassem suas formas de agir e pensar na ânsia de fazer e ganhar dinheiro. Não tenho dúvida nenhuma que o filme se pagará e dará margem a novas aventuras de Robert Langdon, espero que escolham um outro diretor, menos burocrático, mais artístico, ou melhor, com talento. Quando vi que era Ron Howard que iria dirigir ao filme, já pensei comigo que boa coisa não iria sair. Seus últimos filmes foram carregados nas costas por Russel Crowe, medianos, histórias que poderiam render muito mais, enfim...
O impressionante é que o livro já é praticamente um roteiro escrito. E que roteiro...Você não desgruda das páginas, e quando termina um capítulo, não agüenta e já quer ler outro. Tanto é que li o livro em três dias, o livro frui que é uma beleza, e me fazia pensar em como seria maravilhosa a sua adaptação para as telas do cinema. Que decepção. O impressionante é que realmente a mesma história contada no livro foi para as telas com algumas infelizes e fundamentais mudanças, mas está tudo lá. Então como aquela história tão bem contada no livro, se arrasta na tela de forma absurdamente burocrática e cansativa? Parece que tudo deu errado: a escolha do diretor, os atores (a inexpressividade de Andrey Toutou chega a irritar), o roteiro (que quer agradar a quem leu e não leu o livro, e que acaba não agradando ninguém). Deu tudo errado.
O filme caminha bem até um certo momento, mas (para mim) é no final que ele se perde totalmente, quando tenta mudar algumas coisas que acontecem no livro.Lembro que me emocionei muito, chegando inclusive as lágrimas, quando li no livro, o encontro de Sophie com seus parentes no final. No filme ficou tão sem graça! Cadê seu irmão, cadê aquele clima de romance entre Sophie e Langdon?! A coisa ficou rala e infantil, sem direito sequer a um beijinho, oras. E o encontro que eles marcam para uma noite de amor?
O interesse no filme é imenso, pois não lembro de ver tantas pessoas lerem um mesmo livro. Cada ônibus que tomo (e já há tempos), tem alguém lendo o livro. Os cinemas estão lotados, mesmo em sessões alternativas, logo o sucesso financeiro é garantido. Mas e o artístico, importa???
vi o filme hoje, na última sessão do bristol.
ResponderExcluirmeia-boca que só ele. esse seu discuso sobre a fila da mostra está um pouco ultrapassado. desde que os cursos de cinema viraram o must a situação mudou bastante.
Beto,
ResponderExcluirconcordo com suas observações sobre "O código", livro e filme.
Sérgio,
ResponderExcluirE qual é a situação? Apenas comentei o que senti nas mostras que frequentei, sendo que não fui em nenhum filme da última de 2006, é verdade.Pretendo ir na próxima, espero que você esteja certo.
Obrigado pela visita nirton. Volte sempre.
beto, o que acontece é o seguinte. existem os filmes badalados, geralmente comprados para estrear logo depois da mostra. Esses fazem muito sucesso, pois recebem amplo espaço na mídia. e atraem descolados, que querem se sentir modernos, vendo os filmes de que todo mundo fala. mas isso é uma minoria. são três seções pór dia, e de sexta a domingo. o restante da mostra é acompanhado por gente realmente interessada, além de alguns paraquedistas, claro. mas os modernetes vão mesmo às sessões badaladas. como raramente vou a essas sessões, a mostra pra mim é outra...
ResponderExcluirTá certo Sergio. Vamos ver este ano, que pretendo acompanhar pelo menos as sessões noturnas.Alias, me avise, assim que você souber sobre a venda dos mais concorridos ingressos, os de vinte. valeu.Vê se responde meus e.mails.
ResponderExcluiré o seguinte. chegue às 10 da manhã no sábado anterior ao começo da mostra. aí é certeza de encontrar. no ano passado disseram que ao meio dia já tinha acabado o pacote de vinte.
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