Ir ao cinema no domingo não é fácil, apesar do preço exorbitante, os cinemas estão sempre lotados neste dia. Sendo assim, acabei assistindo a este filme. meio que , por acaso no Frei Caneca Unibanco, não sendo ele nem a minha segunda opção.Foi uma grata surpresa.
É uma história complicada, que se passa entre a Síria e um território (agora não lembro o nome) ocupado por Israel, que para nós ocidentais, parece coisa de outro mundo, como de fato é.Como é possível as pessoas não terem uma nacionalidade definida? Como vemos quando seus personagens apresentam seus passaportes, seja no aeroporto, seja na fronteira onde grande parte da história se passa.
Vemos o drama de uma família no dia do casamento de uma de suas filhas.Esta vai se casar com o primo que não conhece, ele mora do outro lado da fronteira, na Síria, e uma vez que ela passar para o outro lado, não poderá nunca mais voltar para o lado em que até então sempre viveu, ao lado da família. Ou seja, ela nunca mais poderá rever seus familiares e a terra onde nasceu. Isso é coisa de louco, mas realmente acontece naquela região. Acompanhamos o drama da noiva e de sua família, como sua irmã, (vivida pela excelente Hiam Abbas, de Paradise Now, Free Zone e outros), que luta por mais liberdade, numa sociedade machista e arcaíca, que como já sabemos a mulher vale menos do que o homem, e lá no Oriente, de um modo geral, isto é mostrado as claras.Ou mesmo seu irmão, afastado do lar há mais de oito anos simplesmente por ter se casado com uma russa, contrariando os conselheiros de sua religião, e sendo assim banido da família.
Enquanto mostra os dramas de cada um dos familiares, o filme se desenvolve muito bem, e chega a nos emocionar em vários momentos. Mas a partir da metade para o final, quando todos estão na fronteira para o casamento, o filme perde o pique e se arrasta. Parece que o diretor não sabia como terminar o filme, que ficou meio que perdido, como na cena em que a francesa que trabalha na intermediação (Cruz Vermelha) da fronteira fica indo e vendo várias vezes para resolver o impasse por causa de um simples carimbo. Ela se cansa e nós também, pois esta cena é claramente uma crítica à burocrácia, mais a própria cena ficou burocrática. Faltou humor, que facilmente nas mãos de outro diretor mais talentoso seria muito bem explorada. Mas mesmo assim, vale muito a pena ver o filme, pelos seus momentos dramáticos e um elenco extremamente carismático, e nos mostrar o que acontece naquela região. Absurdos por causa de guerra, politica e religião.Fora o fato de passear por lugares e regiões (atraves do cinema), que infelizmente, sei que não vou conhecer, pelo menos nessa vida.
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