24 de junho de 2006

Posseidon – Wolfgang Petersen


O Destino de Posseidon foi um dos filmes que mais mexeram comigo na minha infância, lembro de Gene Hackman (Reverendo Frank Scott), perdurado em uma porta do barco, pronto para morrer, desafiando Deus. Essa imagem não saiu mais da minha cabeça, assim como os outros personagens do filme. O durão e apaixonado personagem de Ernest Borgnine e a gorda personagem de Shelley Winters, nadando e lutando pela sobrevivência. Um filme que tenho até medo de assistir de novo, pelo carinho que tenho a estes personagens. Visão de criança é diferente, mas poucos filmes ficaram na minha memória como este. Mas vou rever, acho que até para reverencia-lo, pois compara-lo com este Posseidon milionário não dá, e olha que os críticos nem gostam do primeiro, que perto dessa nova adaptação, me parece uma obra-prima.

Petersen é um diretor que não sei porque insisto em “apreciar”, seus filmes sempre me desagradam, com honrosa exceção de “Na Linha de Fogo”, talvez por este sem estrelado pelo velho e bom, Clint. Mas seus filmes me parecem sem emoção, sem carisma, ou mesmo uma cara, alguma forma que demonstre aonde quer e como quer chegar este diretor. São produtos, e não filmes. Prontos para serem vendidos à grande massa. Filmes autorais e Wolfgang Petersen, são antagônicos.

Nesse filme ele conseguiu se superar negativamente. É impressionante o quanto de dinheiro gasto e desperdiçado para criar um filme sem nenhum carisma. Parece que o filme foi feito às pressas e ele não teve tempo nem de dirigir os atores. Parece que sua preocupação era somente os efeitos especiais, como truque para enganar os espectadores afins de não perceberem seu engodo. Mas nem os tais efeitos especiais são tão especiais assim, é tudo enganação, e nisso vemos personagens perdidos e ocos. Não sei se o elenco que é ruim, ou se são apenas mal dirigidos, talvez os dois casos.

O filme até que é curto, talvez devesse durar mais, para que nós espectadores, pudéssemos conhecer seus personagens, e talvez até torcer por algum deles( Mia Maestro, que interpreta Elena é linda), até sofrer junto naquele momento. Mas Petersen resolveu não nos mostrar nada a respeito de seus personagens, com exceção do personagem de Dreyfuss, um homossexual abandonado, que logo no inicio do filme, vemos com vontade de se matar.Quando enxerga a tal onda absurda vindo colidir com o navio, desisti e passa a lutar pela vida. Mas no restante, há um distanciamento absurdo dos personagens.

Talvez seja o sinal dos tempos, o poder da grana, o orçamento milionário. Reflexos de uma Hollywood, que já a tempos não sabe para onde seguir com seu maravilhoso artefato.Falta consistência em suas produções, e Posseidon é um bom exemplo da crise dos grandes estúdios. Ou será que é o público que mudou? Não se importando mais com personagens, apenas os efeitos especiais, numa forma de se anestesiarem? Não sei, só sei que as produções estão muito aquém do esperado. Talvez por isso, as séries televisivas têm feito tanto sucesso por lá.

2 comentários:

  1. Gostei de vc! Se quiser fazer novas amizades, sou Karla Skarine e meu orkut tem o mesmo nome! Abraços.

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  2. Pô,valeu Karla. Acontece que nem sei como entrar no Orkut, me parece que tenho que ser convidado. Então pode me convidar, hehehe. Mas me visite sempre no blog, e deixe suas impressões, ficarei feliz de compartilhá-las.
    BEto

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