13 de outubro de 2006

Dália Negra – Brian de Palma


Tenho acompanhado muitos textos sobre este novo filme do mestre de Palma, pensei duas vezes até, em escrever a respeito, mas vou tentar passar minhas primeiras impressões sem me deixar influenciar por qualquer opinião lida, me baseando apenas em minhas sensações.

Preciso comentar antes, que este diretor sempre me foi especial, talvez um dos responsáveis por minha paixão por cinema. Lembro quando assisti Dublê de Corpo, o impacto daquele filme, meu entusiasmo com o cinema, a partir de então, só para citar uma entre outras obras- primas do cara. Mas assim como os recentes filmes de Spielberg, acho que Palma tem feito filmes regulares ou bons (como este novo filme), mas não maravilhosos, que ainda o elevem ao patamar dos grandes. Seu histórico o tem favorecido, e não suas últimas obras em si.

Um grande diretor, um grande livro e um grande elenco não foram suficientes para Dália Negra. É a velha história de muita estrela, para pouca constelação.Talvez por isso, acredito que são os coadjuvantes que roubem a cena neste filme, e entre eles eu destaco a ótima ambientação, o clima, o cenário e as caracterizações para se recrear um clima noir. Fora Mia Kirshner, que com pequenas aparições, demonstra mais carisma e sensualidade que suas protagonistas.

Acredito que o grande problema deste filme (que talvez com uma revisão possa ser mais bem avaliado), seja o roteiro. São muitas informações e tramas paralelas para um filme só. Confesso que até quase o final do filme, se senti burro e perdido na sua trama, e no final, achei tudo muito rápido e mal solucionado. Apenas uma cena me chamou a atenção: a cena em que o corpo da moça é encontrado. Ali, vemos um lampejo do talento do diretor, aquela movimentação de câmera me lembrou a primeira cena de “Marcas da Maldade”, e é só.

Do elenco todo, vale ressaltar Mia Kirshner e os dois protagonistas, Sr. Gelo e Sr. Fogo, vividos por Aaron Heckart e Josh Hartnett, respectivamente. Acho, inclusive, que Hartnett se sobressaiu positivamente já que não acreditava até então em seu trabalho de ator. O grande problema, para mim, está nas duas mulheres “fatais”. Scarlett Johansson está apática, e Hilary Swank totalmente equivocada em seu papel de mulher fatal. Interessante notar, que seu personagem no filme, é caracterizado por ser uma espécie de sósia do personagem de Mia Kirshner. Um baita equivoco, é como achar semelhanças entre Toni Tornado e Thiago Lacerda, não dá né.

Obviamente, esperava bem mais deste filme. Achava inclusive, que ele teria lugar garantido na minha lista dos dez mais do ano.Esperava aquele velho lampejo de gênio ímpar, que sempre caracterizou os filmes de Brian de Palma. Talvez o filme cresça com o passar do tempo e seja mais bem avaliado por mim, não sei. O fato é que esperava mais e acho que vai ficar para um próximo, quem sabe.

Abaixo, coloco os filmes que já assisti do mestre, por ordem de preferência:

Dublê de Corpo (1984) * * * * *
Um Tiro na Noite (1981) * * * * *
Os Intocáveis (1987) * * * * *
Vestida para Matar (1980) * * * * *
Carrie, a Estranha (1976) * * * * *
A Fogueira das Vaidades (1990) * * * *
A Fúria (1978) * * * *
Scarface (1983) * * * *
O Pagamento Final (1993) * * * *
Pecados de Guerra (1989) * * * *
Síndrome de Caim (1992) * * * *
Olhos de Serpente (1998) * * *
Femme Fatalle (2002) * * *
Dália Negra (2006) * * *
Missão Marte (2000) * *
Missão Impossível (1996) * *

2 comentários:

  1. Oi, Beto.
    Também esperava mais. Mesmo assim achei um belo filme.
    Beijo.

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  2. Foi mais um filme, que eu esperava muito este ano e não achei nada daquilo, como Miami Vice, SuperHomem e outros.

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