11 de outubro de 2006

Fora do Mapa – Campbell Scott


Em um certo momento do filme, Willian (Jim True-Frost) conversa com Charley (Sam Elliott), diz a ele o quanto o admira e o acha um gênio, pois Charley e sua família conseguem viver sem renda nenhuma e a base de trocas, e ainda assim, ter estoque de comida e mantimentos, para mais de quatro anos, além do mesmo ter uma esposa linda, Arlene (Joan Allen) e Bo (Valentina de Angelis), uma filha esperta e incrível. É uma conversa entre dois depressivos, sendo que neste momento Charley está começando a se recuperar de uma depressão de mais de um ano, e que permeou a vida e o verão de todos à volta daquela família. Eles estão no Novo México, e fora de qualquer padrão, que se pareça com o estilo de vida de uma família típica americana. Charley acha um erro trabalhar para os outros, diz que quem trabalha para outras pessoas não tem tempo de cuidar de si mesmo e descobrir formas de viver melhor e assim, vive isolado com sua família, isto é, fora do mapa, como diz o título do filme.

Tendo um cenário incrível, hipnotizante até, vemos a estória desta família, seus amigos próximos, como George (J. K. Simmons) e o próprio William, que aparece na estória como um fiscal da receita federal, que vai atrás da família para cobrar a declaração de imposto de renda deles. Só que George “pira” no local e acaba se agregando à família.

Em sua segunda inclusão na direção de um filme, Campbell Scott deixa sua marca, nos mostrando uma estória muito bonita a respeito dessas pessoas. Sua direção segura deixa margem para os atores brilharem, cada um a seu estilo. Sam Elliott encontra um personagem à altura de seu talento e arrasa com seu Charley depressivo. É em torno dele que todos os outros personagens se desenvolvem, ao mesmo tempo em que cada um procura sua verdade. Arlene, com as responsabilidades que tem que acarretar, coisas que o marido sempre cuidou; George, o melhor amigo de Charley, que se sente arrasado pelo amigo e companheiro; Bo, com seu sonho de consumo e cidade grande. Todos procuram se encontrar a si mesmos e nos outros. Como se cada um fosse também um deserto lindo, como o local onde vivem.

Um filme lindo, simples. Que conta uma estória de pessoas simples e cheias de vida. Parece que existe um pouquinho de mim, em cada um daqueles bem trabalhados personagens. Infelizmente pouco apreciado no cinema e agora em DVD, eis a chance para quem não viu. Eu recomendo.

3 comentários:

  1. Poxa! Já eu adorei mesmo! Até já assisti de novo.
    Acho que é a primeira visita sua ao meu blog, faleu! Mas porque vc não gostou, Camila?

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  2. SEN-SA-CIO-NAL esse filme...
    Lindo,lindo, lindo... poético, místico...

    Interpretãções maravilhosas e paisagens exuberantes...

    Filme que fica na memoria...
    Eu tambem recomendo e fiquei apaixonado pela Bo, bela descoberta essa , a Valentina De Angelis!

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