6 de março de 2007

A Grande Família – Mauricio Farias


Talvez este filme não merece uma linha sequer, mas fazer o quê? Tento prestigiar todos os filmes nacionais possíveis. Até porque são os meus preferidos e foi com eles, por incrível que possa parecer, que nasceu meu amor pelo cinema, tenho pré-disposição para gostar de qualquer besteira produzida em terras tupiniquins. Mas eis que aparece a Globo Filmes, cheia de boas intenções, pronta para faturar também no cinema, com o intuito de “ajudar” o cinema nacional. Na verdade - como já mencionei em outros comentários a respeito de outros filmes “televisivos” – o que está acontecendo com estes sucessos fabricados pela produtora global, é um afastamento continuo do que poderia ter e dar uma identidade para o cine nacional. São filmes de plásticos, sem identidade, sem nada a acrescentar, a não ser umas poucas risadas que logo são esquecidas, tão logo passamos pela porta de saída do cinema.

Pode se dizer que filmes como este são bons, pois levam o povão de volta ao cinema. Realmente isso é bom, e esta é uma verdade, pois pessoas que não vão nunca ao cinema, como alguns que trabalham comigo, se motivaram e foram ao shopping para assistir ao programa das quintas-feiras, só que no cinema. “É que a patroa adora o Lineu e a Dona Nenê, sabe”, diz uns.

Mas não daria para fazer algo um pouquinho melhor, já que é cinema, poderiam caprichar mais no roteiro (capenga) ou na fotografia (horrorosa e escura), enfim, poderiam caprichar em tudo que é mostrado, mas a pressa de ganhar dinheiro é tanta que acabaram vendendo um filme muito pior do que qualquer episódio da tv. Os atores fazem o que podem, e realmente é um grupo afiado, pois já estão juntos a mais de cinco temporadas, sendo que no início ainda contava com o saudoso Rogério Cardoso, que faz uma falta imensa. Mas não dá pra se fazer milagres, o filme é ruim demais.Lá na tv, pelo menos, eles têm a desculpa de ser um produto rápido e televisivo.

Não resisti, não iria assistir , mas depois de mais de um milhão e meio de espectadores, a curiosidade falou mais alta. Produto ruim e fácil de vender. É pena, poderiam ter feito um grande filme para toda a família.

Ruim e tosco como este texto.


3 comentários:

  1. tábata, como vais?
    (noto que o ingrato do alfonsin deixou um recadinho aqui. diga a ele que ir na casa dos parentes (que é bom), até agora - nada.
    mas tudo bem, sei que tu virás. não se esqueça de teu mais novo sobrinho).
    gostei dos textos. li um sobre o cassino que achei bem legal. continues assim. estão claros, sem milongas cineclubistas, sem punhetação e com estilo. não que não tenham que existir as análises mais aprofundadas, mas também acho bem saudável qdo é rápido e preciso.
    parabéns.
    e apareça.

    * não tenho ido ao cinema. não posso por conta de seu sobrinho ...mas também não sinto falta.
    digo mais: é bom não ir ao cinema. mas o que eu ia dizer é que não vi o filme, mas a grande família da tv é duca.

    beijos

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  2. Diga para Assis Valente, que logo logo estarei por perto. Mas que mando cuti-cuti mui carinhoso em seu rosto de menino anjo.Vou combinar com o mostro peludo, uma visitinha para o fim de semana. Talvez esvaziar outras latinhas geladas e escutar outros sambas bambas, ou aqueles rocks do tempo em que ele era vivo muito vivo.
    Quanto aos textos, a odéia é esta mesmo. Nada de punhetação, isso eu deixo para Alfonsin e outros esquisitos do clube do funil ao contrário. hahahaha.
    Já imagino vc lendo isso, e dando aquela coçadinha básica na juba do rosto.

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