Nunca gostei de filmes de terror. Eles me parecem contar sempre a mesma estória, onde várias pessoas são assassinadas por um psicopata e só a mocinha e o mocinho sobrevivem, ou nenhum deles, dando gancho para uma continuação. Este filme não foge desta regra básica, ou seja, quase todo mundo morre de forma violenta e cruel. Até sobrar um ou no máximo dois mocinhos.Mas este filme tem vários atrativos, e me surpreendeu positivamente, pois entre todos os podres mostrados, faz consistente crítica, ao modo de vida americana.
Conta a estória de uma família que resolve viajar de trailer, afins de comemorar as bodas de prata do pai e mãe da família. Família republicana até os ossos, sendo o pai um agente aposentado. Sua esposa zelosa, um filho e uma filha adolescente, e outra filha acompanhada de seu marido democrata (“Eu não pego em armas” ele diz a certa altura), enquanto o sogro parece sentir prazer quase sexual ao manusear suas armas. Eles seguem viagem até se depararem com o deserto do Novo México no caminho, e todos seus pneus serem furados em pleno deserto, sem ter como pedir ajuda. Aí começa o inferno, pois eles são atacados por criaturas deformadas, horrendas e canibais. Eles não sabem até então, mas estes seres horríveis são pessoas que se recusaram a sair de suas casas quando houve naquela região, teste nuclear, promovido pelo governo americano. De americanos típicos, eles se transformaram em monstros esquecidos pelo sistema. E assim, passam a matar e comer todos os turistas que passam por aquela região esquecida. Interessante notar, que sempre há uma pequena bandeira americana em voga. Seja no carro dos turistas, ou mesmo nas mãos dos canibais, que a certa altura, passam a utiliza-la como arma, como numa das melhores cenas em que um dos monstros é morto com o mastro da bandeira enfiado no seu celebro.
O diretor não deixa passar uma chance sequer de nos mostrar que aquele horror todo é culpa do próprio governo. Aquelas criaturas são aberrações vivas, mas esquecidas diante de um programa secreto e irresponsável de armas químicas. O alto custo das armas nucleares em detrimento das pessoas e suas famílias pedem agora a fatura de uma conta alta.E para enfatizar o grave problema que estes testes nucleares acarretaram, o diretor mostra logo no inicio do filme, imagens reais de corpos deformados por estes mesmos testes americanos em outros países, como por exemplo, o Vietnã. Quantos locais escondidos e obscuros devem existir no mundo com deformados e mortos, devidos aos testes gananciosos dos americanos?
Um grande filme de terror, refilmagem de “Quadrilha dos Sádicos” de Wes Craven, que neste caso produziu o filme. O filme é muito bem levado pelo diretor, que com grande talento, extrai de uma aparente bobagem, um filme assustador e importante.
Enquanto isso, o verdadeiro rei babão dos americanos, faz a vida dos paulistanos virar um terror aqui em São Paulo, por parar todo o transito e atrapalhar a vida de todos nós.
Atualmente anda em voga refilmagens de clássicos do terror (Horror em Amityville, O Massacre da Serra Elétrica, A Profecia, etc). Dentre eles, Viagem Maldita foi o que se saiu melhor até agora. Não sei se isso é bom para o gênero ou apenas mesmice. Curti demais filmes como Quadrilha dos Sádicos, Pague para entrar, reze para sair, A Hora da Zona Morta, Cemitério Maldito para exaltar em demasia essas atuais produções. Enfim, a meu ver tudo não passa de falta de originalidade.
ResponderExcluir(http://claque-te.blogspot.com): A Conquista da Honra, de Clint Eastwood.
Cara, como eu menciono no texto, nunca fui muito de filme de terror. Pois sempre os achei realmente um terror e perda de tempo. Mas quero mudar essa opinião, estou aberto para o gênero, ou melhor, estou me esforçando para isso. Vou procurar assistir aos mencionados por você e depois comento. Valeu a visita e os toques cavernoso.
ResponderExcluirAbraço.