Pensei várias vezes antes de escrever sobre este filme,
afinal de contas, pelo que tenho lido só se fala coisas ruins sobre ele, e eu
não gostaria de cair na mesma vala comum. Afinal, a premissa é muito boa, que é
a história de três amigos que se encontram quase que diariamente para bebericar
e conversar – e olha que disso eu entendo - sobre seus problemas e
principalmente sobre mulheres nestes novos tempos. Quando vi o trailer me
animei, pois com uma bela sacada arrumaram a música certa como tema: “Sou Uma
Criança não Entendo Nada” do Tremendão. Grande música, que delineia (para o
bem) o arquétipo daqueles três homens meninões. Já havia assistido à peça no
qual se baseou o filme, só que lá eram Felipe Camargo, Tato Gabus e Marcos Winter
que atuavam. Grande peça, despretensiosa, e com um texto espirituoso.
Mas infelizmente, não se pegou o melhor da peça, e tudo
ficou muito raso. Os diálogos dos três no bar deveria ser o mote do filme, mas
tudo é muito raso, e não se chega a lugar algum. Pior mesmo, são os relacionamentos
deles com suas respectivas mulheres. Tudo muito mal arrumado, em especial, o
relacionamento do personagem de Bruno Mazzeo ( o filme melhoria muito com outro
ator menos caricato) com a lindíssima ninfeta vivida por Laura Neiva, que não convence
em nenhum momento. A cena de sexo entre os dois e tão fraquinha que chega a ser
constrangedora.
Mas o filme conseguiu a proeza de passar da marca do milhão
de espectadores, e isso não deixa de ser bom (talvez fosse esse o intuito, não
é mesmo?), apesar de vender a propaganda enganosa de que é engraçado, pois não
é. Será que estou exigindo muito, ou o público que exige pouco? Não sei, mas que
este filme poderia ser muito mais, isso poderia. Afinal, não só eu, mas muitos
dos que conheço, quarentões como eu, vivem neste dilema moderno da eterna adolescência
e isso poderia ser discutido com um pouco mais de esmero. A eterna pose entre
os amigos de comilão, mas na verdade a insegurança a reinar, com a
independência das mulheres e estes novos tempos. Mas daí seria outro filme, mas
centrado na peça de Marcelo Rubens, e certamente não chegaria ao milhão. E olha
que ao contrário de todos, até que gostei do outro filme do diretor ”Muita
Calma Nesta Hora”, pois naquilo que lá ele se propôs a mostrar (praia, paqueras
e adolescentes) até que conseguiu tirar certa graça da coisa toda. Mas neste
filme, em vez de se passar um tema despretensioso, ficou tudo muito raso.
Certo esta o personagem de Seu Jorge, que no filme rouba a
cena sempre que aparece, como na cena depois dos créditos finais, em que canta e encanta
a morena com seu violãozinho malandro. Junto com o título, que é um achado e a
música tema do Erasmo, acaba sendo pouco, muito pouco.
Ainda não tive coragem de ver. O pessoal meteu muito o malho e acabei desmotivando...
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