28 de agosto de 2006

Brilho Eterno De Uma Mente Sem Lembrança – Michael Gondry - parte II


Já faz algum tempo que penso em colocar no blog – talvez uma vez por mês – uma cena, um momento ou uma fala,de algum filme que, de alguma forma, tenha me marcado muito e ficado guardado na minha memória afetiva, como um grande momento do cinema. De uma forma geral, posso até passar uma informação que talvez tenha algum erro, mas sinceramente, acho que o que vale é a intenção.

Abaixo transcrevo uma cena memorável e singela:


Os personagens de Kate Winslet e Jim Carrey estão deitados numa cama, totalmente cobertos por uma colcha, num momento de extrema intimidade e carinho, se falam embaixo da colcha:

- Joely?

- Sim, Tangerina?

- Eu sou feia? Quando criança eu me achava feia... Não acredito que estou chorando...
Às vezes acho que as pessoas não entendem a solidão de ser criança, como se você não fosse importante. Eu tinha oito anos e tinha esses brinquedos, essas bonecas...
(vemos cenas da infância e algumas bonecas). A minha preferida eu chamava de Clementine, e eu gritava com ela: “Não pode ser feia, seja bonita!”. Estranho como se, caso eu pudesse transformá-la, eu também mudaria, magicamente.

- Você é linda! (ele se deita encima dela e beija seu rosto)

- Joely. Nunca me deixe.

- Você é linda!
(Vemos a imagem sumir com Joely se agarrando na colcha enquanto é arrastado desta lembrança). Ele grita:

- Mierzwiak, por favor, por favor, deixe-me guardar esta lembrança. Só esta! (enquanto a música do Beck toca ao fundo totalmente distorcida).

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