16 de fevereiro de 2007

Mais Estranho Que a Ficção – Marc Forster


Harold Crick leva sua vida de maneira sistemática, todos seus passos são cronometricos, comandados pelo click do relógio, seus hábitos diários não sofrem nunca um revés. Ele é um fiscal do imposto de renda, portanto, uma pessoa odiada por todos que são procurados por ele. Leva uma vida solitária e sem nuances. Até que um dia ele vai cobrar o imposto atrasado de uma padeira tatuada, e algo novo acontece, um sentimento novo começa a brotar naquela vidinha opaca e sem graça. Num belo dia ela prepara alguns biscoitos e oferece a ele, que diz não gostar. Experimenta e vê que na verdade gosta e muito daquilo, novas sensações apareceram dali, culminando na cena mais bonita do filme, aquela que vale a pena assistir ao filme.

Na sua corajosa paquera, Harold é convidado a entrar na casa da padeira tatuada. Encontra um violão no sofá, ele só sabe dois acordes, timidamente tenta tocar a única música que sabe. Seu sonho era tocar guitarra, mas foi mais um dos muitos sonhos abandonados pelo meio do caminho, por aquele cotidiano . Ele começa a tocar, fecha os olhos e canta timidamente, seus dois acordes ressoam como uma porta aberta para a descoberta de si mesmo. Como se alguma coisa guardada há tempos dentro dele quisesse sair. É o amor!Ana Pascal (a tatuada) observa de longe, vai se chegando e quando ele termina sua canção ela lhe presenteia com um belo beijo na boca. A partir dali sua vida toma um sentido, ele se sente vivo, muito vivo... Apesar de saber que esta preste a morrer.

Todo o resto do filme é perfumaria. Ele sabe que vai morrer porque escuta uma famosa escritora (Emma Thompson) descrever sua vida, só ele a escuta, dentro da sua própria cabeça. A escritora tem por costume, matar seus personagens em todos seus livros, que por sinal fazem muito sucesso. Nisto ele procura ajuda de um professor literário (Dustin Hoffman) para tentar reverter esta situação.

Contando com um elenco de peso, e um roteiro que procura ser uma cópia (mal feita) dos roteiros do esquisito Charles Kauffman , o filme se perde nos outros momentos em que Will Ferrell e Maggie Gyllenhaal não estão juntos em cena. Tudo soa despropositado e insosso. Até mesmo à vontade de Ferrell se mostrar um ator sério. A mensagem no final do filme, quer fazer crer que nenhuma obra artística vale a vida de qualquer ser humano, mas faltou um roteiro e uma direção com moral para mostrar isso de maneira satisfatória.

2 comentários:

  1. Eu achei esse filme mediano, pq realmente a tentativa de ser Kauffman acaba prejudicando uma premissa interessante. E mesmo o bom elenco fica insosso, a exceção de Emma Thompson, ótima.

    Ótimo o seu blog. parabéns!

    www.rosebudeotreno.com

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  2. Eu ainda não vi esse filme por incompetência dos donos de cinema cariocas que cismam em passar os filmes mais interessantes em lugares de difícl acesso, mas já me disseram na internet que a produção realmente não pe grande coisa (o que,para mim, soa decepcionante numa produção que tem no elenco grandes artistas como Dustin Hoffman e Emma Thompson).

    (http://claque-te.blogspot.com): Rocky Balboa, de Sylvester Stallone.

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