18 de setembro de 2006

O Ritmo do Sonho – Craig Brewer


Com tantos filmes vistos e que gostaria, se tempo eu tivesse, de comentar. Este filme tem um gosto especial para mim, talvez eu queira tentar fazer um pouco de (modesta) justiça a um filme tão bom, e que me parece, passou praticamente sem ser visto nos cinemas, foi subestimado, ou até totalmente ignorado.Tanto é, que eu assisti (duas vezes) só agora em DVD. Que filmaço! Assisti ao filme com má vontade até, pois simplesmente detesto o gênero musical do qual é o tema principal da história, o rap. Mas comecei até a respeitar a música, graças ao filme e a forma maravilhosa como o tema é colocado, fazendo até quem não gosta do estilo da música, como eu, que detesto,se encantar.

Conta a história de um cafetão de Memphis, personificado com maestria por Terrence Howard (que concorreu ao Oscar pelo desempenho), e sua vida atribulada, junto à suas “meninas” até que um dia ele reencontra um amigo de infância e velhos sonhos guardados a respeito de música voltam a tona. Mas tudo é muito difícil, e a vida é dura para o cafetão. Ele se vê numa crise de meia-idade, vendo a vida passar, e detestando sua cafetinagem. Ele tem uma alma sensível muito bem guardada e arquivada, atrás de uma imagem e postura de durão, de uma rocha. Ele é uma rocha.Isso fica explícito, quando num determinado momento, uma de suas putas lhe diz que sente medo, e ele tem uma reação violenta. Na vida daquele homem não há nem sequer a possibilidade de se sentir medo, tem que se cair de pé.E é nisso que se consente o grande feito do filme, Djay é durão, suas “meninas” morrem de medo dele, mas o tempo todo, Terrence Howard consegue passar no olhar uma urgência de vida, uma angustia, que faz com que nós consigamos gostar e torcer pelo personagem.

Numa cena lindíssima, depois de reencontrar o amigo de infância, vemos uma gravação de uma música em uma igreja, só está cena já vale o filme inteiro. Assim, como vamos acompanhando a criação de alguns raps.Em especial, a criação em detalhes de “Ferro na Boneca”. Vamos acompanhando a procura do tom e ritmo certo, até que se consegue e quando a coisa toda flui, o entusiasmo criado na tela, me pegou também. Coisa incrível. Aliás, fazia tempo que não torcia tanto para um personagem, ou melhor, para todos os personagens, pois todo o elenco é ótimo, em especial, as duas prostitutas.

Interessantes também, são as discussões a respeito de música, e o caminho que ela fez para eles chegarem naquele rap. Passando do gospel, ao blues, até chegar no rap. Um filmaço! Quem não assistiu, não perca.Eu, no mínimo, vou assistir mais uma vez e curtir aqueles raps (!!).

6 comentários:

  1. vc me lembrou do quanto esse filme é bom. E eu nem fiz justiça devida a ele quando comentei no blog.

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  2. Realmente esse filme passou quase despercebido e eu acabei nem conseguindo vê-lo no cinema, já que aqui em São Paulo (você é de SP?) ficou em cartaz, se não me engano, só uma semana.
    Preciso vê-lo em DVD. Aliás, tá na minha listinha de filmes a assistir já há algum tempo.
    Beijo.

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  3. Ailton,
    Aproveitando a chance, outro dia estava pensando... Bem que o Ailton podia colocar algum tipo de "buscador" para os textos dele. Por exemplo, vc escreveu sobre este filme e eu nem lembro de ter lido. Onde está? Quero ler, he,he,he!

    Serge, gostar de rap vai ser difícil, mas gostar deste filme, e do rap neste filme é outra coisa. Eu assisti duas vezes, e ele cresce na revisão, é tudo muito bem feito.

    Olá, Alê. Prazer te conhecer. Eu moro em SP sim, mais precisamente no bairro da Penha.E vc?
    Este filme só ficou duas semanas em cartaz. Sendo que na segunda semana, só no Unibanco 5, aquela salinha de estar, que dizem ser de cinema (deve caber quarenta pessoas ali, se não estou exagerando).
    Acabei deixando escapar, pois odeio o estilo de música. Mas o filme é bom demais, e fez eu (até) curtir o som.Não perca de jeito nenhum.Valeu a visita, volte sempre.

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  4. Pois é, Beto. Eu também já pensei em colocar algum buscador, mas deve dar um trabalho tão grande que eu desisto da idéia. Meu comentário sobre o filme está nos arquivos do mês de JULHO/2006. Ah, e da próxima vez que eu for aí pra São Paulo, vamos marcar de ir prum show dos Racionais MC's..hehehehe

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  5. Oi, Beto.
    O prazer é meu. ;)
    Eu moro na Vila Alpina.
    Uma vez cheguei a contar a quantidade de assentos da sala 5 do Unibanco, mas já não me lembro mais quantos são.
    Beijo.

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