Entrei no cinema para assistir uma comédia boba, daquelas que a gente se diverte e depois esquece. Queria despovoar um pouco o peito, dos problemas cotidianos. No final da sessão, saí perturbado com o que vi, porque não assisti uma comédia e sim um drama com temas cabulosos, entre eles: agressão familiar, alcoolismo e principalmente pedofilia. Perturbado também pois com estes temas,um filme não pode ser dirigido por um diretor tão bobo quanto Garry Marshall, que não teve o mínimo senso para tratar de tais assuntos, e tentou fazer piadinhas onde não cabiam tais desatinos. O resultado é que o filme poderia ter sido um ótimo drama, mas por causa de Marshall acabou virando uma tentativa frustrada de comédia de mau gosto. F
ico imaginando este filme sendo dirigido por Todd Solondz do ótimo “Felicidade”, seria um estouro.
Garry Marshall parece perdido no seu próprio filme, não sabe dar a devida importância para cenas chaves, como na cena em que Rachel (Lindsay Lohan) conversa com Simon (Dermot Mulroney) a respeito das frustrações dele e declara que é molestada pelo padrasto. Ao invés de aproveitar o drama, o diretor já parte para piadas sem graça, para tentar fazer com que o filme seja leve. Ou quando os dois conversam a respeito do mesmo assunto, e ela pergunta em que momento aquele amor puro e lindo que ela sentia - e achava ser recíproco- pelo pai, se tornou aquela coisa “suja” que na época ela não entendia direito. Fica tudo ralo, como se o diretor pedisse desculpa ao público da pipoca, de tocar em assuntos tão sérios. Não dá.
Não consigo imaginar coisa mais asquerosa do que um próprio pai (ou qualquer outro ser humano) acabar com a inocência de uma criança através de abusos sexuais. Acho que não existe um termo que expresse tamanha repulsa por tão hediondo crime. Aquilo fica guardado na alma de tal forma, que a pessoa não consegue se livrar. Sua vida fica marcada para sempre. O velho e bom Clint, retrata este mesmo problema no ótimo “Sobre Meninos e Lobos”.
Apesar da direção desastrada, o filme se segura pelo trio ótimo de atrizes, sendo que Lindsay Lohan parece fazer o papel de si mesma: uma adolescente problemática. Na época das filmagens ela chegou a quase ser demitida pela produção por seus constantes atrasos e abusos. Mas ela está ótima no filme, certamente sua melhor atuação. É interessante também ver a eterna Barbarella Jane Fonda num papel a sua altura. E Felicity Huffman arrasa como a mãe alcoólatra.
Um filme que poderia ser muito melhor do que é. Mas que se perde nas “boas intenções” de seu diretor, que mais parece uma daquelas menininhas bobocas religiosas que aparecem no filme espiando quem de fato está vivendo, entre arranhões e feridas profundas.
ico imaginando este filme sendo dirigido por Todd Solondz do ótimo “Felicidade”, seria um estouro.
Garry Marshall parece perdido no seu próprio filme, não sabe dar a devida importância para cenas chaves, como na cena em que Rachel (Lindsay Lohan) conversa com Simon (Dermot Mulroney) a respeito das frustrações dele e declara que é molestada pelo padrasto. Ao invés de aproveitar o drama, o diretor já parte para piadas sem graça, para tentar fazer com que o filme seja leve. Ou quando os dois conversam a respeito do mesmo assunto, e ela pergunta em que momento aquele amor puro e lindo que ela sentia - e achava ser recíproco- pelo pai, se tornou aquela coisa “suja” que na época ela não entendia direito. Fica tudo ralo, como se o diretor pedisse desculpa ao público da pipoca, de tocar em assuntos tão sérios. Não dá.
Não consigo imaginar coisa mais asquerosa do que um próprio pai (ou qualquer outro ser humano) acabar com a inocência de uma criança através de abusos sexuais. Acho que não existe um termo que expresse tamanha repulsa por tão hediondo crime. Aquilo fica guardado na alma de tal forma, que a pessoa não consegue se livrar. Sua vida fica marcada para sempre. O velho e bom Clint, retrata este mesmo problema no ótimo “Sobre Meninos e Lobos”.
Apesar da direção desastrada, o filme se segura pelo trio ótimo de atrizes, sendo que Lindsay Lohan parece fazer o papel de si mesma: uma adolescente problemática. Na época das filmagens ela chegou a quase ser demitida pela produção por seus constantes atrasos e abusos. Mas ela está ótima no filme, certamente sua melhor atuação. É interessante também ver a eterna Barbarella Jane Fonda num papel a sua altura. E Felicity Huffman arrasa como a mãe alcoólatra.
Um filme que poderia ser muito melhor do que é. Mas que se perde nas “boas intenções” de seu diretor, que mais parece uma daquelas menininhas bobocas religiosas que aparecem no filme espiando quem de fato está vivendo, entre arranhões e feridas profundas.
Eu me arrependi de não ter ido ver esse filme no cinema.
ResponderExcluirEu acho que vale a pena Ailton, apesar de ser mal dirigido.
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