Qual o momento exato em que o amor nos arremata. Aquele momento em que a pessoa pelo qual você se apaixona, toma deliciosamente de assalto todos os contornos internos e externos de sua existência. E você vira um gigante e ao mesmo tempo um menino indefeso diante desse sentimento obscuro, desse momento imponderável? Acho que mesmo quem diz que não, vive toda uma vida por este momento, essa emoção lancinante. Ah! O amor! É tudo que todos querem, mesmo quem diz que não.
Não é à toa que as canções de amor, desde sempre fizeram tanto sucesso. Mesmo quem não tem uma pessoa em especial, através das melodias, encontra no baú dos sonhos melódicos, sua amada ou amado, mesmo sem uma imagem pré-estabelecida.Como se a saudade do não vivido, do não conhecido, fosse de encontro diretamente com a alma, musicalmente. Todos suspiram e querem o amor, mesmo nestes tempos tão cinzas e “modernos”, onde a quantidade substitui a qualidade, de coisa tão grande e desconhecida: o carinho e o amor?Complicado demais, vamos para um sexo básico sem compromisso.
O que me vale mais? A lembrança do coração descompassado, das pernas bambas no dia em que “quase” sem querer eu peguei na mão daquela menina lourinha de olhos azuis da segunda série, depois de bilhetes apaixonados e noites a sonhar mil histórias de nós dois? Ou aquela transa com aquela mulher deliciosa, que eu tanto queria e inacreditavelmente consegui um dia. Mas que talvez pelas minhas inseguranças, tenha deixado escapar e hoje também, vive dentro do mesmo baú de lembranças.
Faz tempo já, que aguardo que essa “coisa” venha ao acaso, tome posse de tudo de mim, me levando para o céu/inferno, numa mistura desenfreada de sentimentos que me farão, enfim, me sentir realmente vivo. Enquanto isso, eu sigo nos umbrais de mim mesmo, esperando o acalanto, um beijo molhado, um sorriso salvador para minha pueril alma. Enfim, o amor. Sonho meu? Claro. Meloso e ridículo? Também. Mas é meu.
Sonho tudo isso para que o amargor não tome conta de mim. Essa sensação de o tempo passar pelas minhas mãos. Trinta e seis anos nesta eterna juventude. Um Rob Freming sem as namoradas.Faz com que a gente até pense que tudo é sonho.
Acho que comecei a pensar nisso tudo por uma cena em especial, deste agradável e despretensioso filme. Aquela da cabine telefônica.Conta a história de um homem amargo chamado Aymé (Michael Blanc),que fica viúvo e nem sente a dor pela perda da esposa. Logo, vai atrás de outra mulher, não porque precise de um amor, e sim de uma esposa para ajuda-lo a lidar com sua fazenda e toda a quantidade imensa de trabalho que a propriedade traz consigo. Por uma série de acasos, ele acaba indo até a Romênia atrás dessa esposa, pois naquele país o sonho das mulheres, sobre os escombros do comunismo, é arrumar um noivo francês. Encontra Elena (Medeea Marinescu) e a leva para morar com ele. Não demora muito, para que ela desperte nele sentimentos até então desconhecidos. Quando ele vê, já está apaixonado por Elena. Acontece que ela acha que ele está convivendo com ela por pena, não percebe a gana de sentimentos que desperta no fazendeiro. Mesmo quando em meio uma discussão, quando ela fala sobre a tal pena que acha que ele sente, e ele diz que ela iluminou a vida dele, e ela sim é que deve sentir pena dele. Antes ranzinza e metódico por cada centavo. Depois, toda a fortuna por um sorriso da amada, mesmo que custe tudo o que ele mais quer na vida, que é ela mesma. O amor abrindo novos horizontes, fazendo a vida maior.
Depois de assistir a dois blockbusters chatinhos (“Transformers” e “Harry Porter”, só eu mesmo), precisava de alguma coisa calma, humana e agradável para voltar ao cinema que me agrada de fato. Este filme me agradou em cheio, e sem a pretensão de ser “grande” consegue ser romântico e até político, discutindo sutilmente a situação atual de uma Europa que não sabe como lidar com sua unificação e suas disparidades econômicas. O que fazer com os países europeus atrasados? Com o valor do euro perante os mesmos.
Mas o que importa mesmo é o amor que ora nasce no momento mais estranho, ou renasce para mostrar que aí sim, a vida vale a pena de ser vivida. Acho que vou para a Romênia, atrás de uma dessas agências. Atrás de minha Elena.Quero dividir minha sobremesa também.
Não é à toa que as canções de amor, desde sempre fizeram tanto sucesso. Mesmo quem não tem uma pessoa em especial, através das melodias, encontra no baú dos sonhos melódicos, sua amada ou amado, mesmo sem uma imagem pré-estabelecida.Como se a saudade do não vivido, do não conhecido, fosse de encontro diretamente com a alma, musicalmente. Todos suspiram e querem o amor, mesmo nestes tempos tão cinzas e “modernos”, onde a quantidade substitui a qualidade, de coisa tão grande e desconhecida: o carinho e o amor?Complicado demais, vamos para um sexo básico sem compromisso.
O que me vale mais? A lembrança do coração descompassado, das pernas bambas no dia em que “quase” sem querer eu peguei na mão daquela menina lourinha de olhos azuis da segunda série, depois de bilhetes apaixonados e noites a sonhar mil histórias de nós dois? Ou aquela transa com aquela mulher deliciosa, que eu tanto queria e inacreditavelmente consegui um dia. Mas que talvez pelas minhas inseguranças, tenha deixado escapar e hoje também, vive dentro do mesmo baú de lembranças.
Faz tempo já, que aguardo que essa “coisa” venha ao acaso, tome posse de tudo de mim, me levando para o céu/inferno, numa mistura desenfreada de sentimentos que me farão, enfim, me sentir realmente vivo. Enquanto isso, eu sigo nos umbrais de mim mesmo, esperando o acalanto, um beijo molhado, um sorriso salvador para minha pueril alma. Enfim, o amor. Sonho meu? Claro. Meloso e ridículo? Também. Mas é meu.
Sonho tudo isso para que o amargor não tome conta de mim. Essa sensação de o tempo passar pelas minhas mãos. Trinta e seis anos nesta eterna juventude. Um Rob Freming sem as namoradas.Faz com que a gente até pense que tudo é sonho.
Acho que comecei a pensar nisso tudo por uma cena em especial, deste agradável e despretensioso filme. Aquela da cabine telefônica.Conta a história de um homem amargo chamado Aymé (Michael Blanc),que fica viúvo e nem sente a dor pela perda da esposa. Logo, vai atrás de outra mulher, não porque precise de um amor, e sim de uma esposa para ajuda-lo a lidar com sua fazenda e toda a quantidade imensa de trabalho que a propriedade traz consigo. Por uma série de acasos, ele acaba indo até a Romênia atrás dessa esposa, pois naquele país o sonho das mulheres, sobre os escombros do comunismo, é arrumar um noivo francês. Encontra Elena (Medeea Marinescu) e a leva para morar com ele. Não demora muito, para que ela desperte nele sentimentos até então desconhecidos. Quando ele vê, já está apaixonado por Elena. Acontece que ela acha que ele está convivendo com ela por pena, não percebe a gana de sentimentos que desperta no fazendeiro. Mesmo quando em meio uma discussão, quando ela fala sobre a tal pena que acha que ele sente, e ele diz que ela iluminou a vida dele, e ela sim é que deve sentir pena dele. Antes ranzinza e metódico por cada centavo. Depois, toda a fortuna por um sorriso da amada, mesmo que custe tudo o que ele mais quer na vida, que é ela mesma. O amor abrindo novos horizontes, fazendo a vida maior.
Depois de assistir a dois blockbusters chatinhos (“Transformers” e “Harry Porter”, só eu mesmo), precisava de alguma coisa calma, humana e agradável para voltar ao cinema que me agrada de fato. Este filme me agradou em cheio, e sem a pretensão de ser “grande” consegue ser romântico e até político, discutindo sutilmente a situação atual de uma Europa que não sabe como lidar com sua unificação e suas disparidades econômicas. O que fazer com os países europeus atrasados? Com o valor do euro perante os mesmos.
Mas o que importa mesmo é o amor que ora nasce no momento mais estranho, ou renasce para mostrar que aí sim, a vida vale a pena de ser vivida. Acho que vou para a Romênia, atrás de uma dessas agências. Atrás de minha Elena.Quero dividir minha sobremesa também.
Não consegui assisti-lo, mas me parece bom. Aliás, gosto muito de filmes europeus. Até os mais bobinhos conseguem ser bons.
ResponderExcluirque lindo post, querido. sabe, eu acho que o amor aparece quando a gente procura por ele. ficar esperando que ele apareça de repente acho pouco produtivo. não existe príncipe nem princesa encantados, o que existe é afeto que se amplia com o dia-a-dia. raramente o amor surge de supetão à nossa porta...
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