“Eu tô te explicando pra ti confundir/ Eu tô te confundindo pra te esclarecer”
Deve ser difícil fazer um documentário sobre Tom Zé. Como é difícil classificar sua obra diante da cambaleante MPB. Sua virulência e suas opiniões mostram um homem em constante estado de criação. Ele parece estar a mil por hora em nome de sua música. Sua veia musical, sua originalidade se traduz também na sua forma de viver. Tom Zé é um enigma que vive e pensa música. Um enigma em forma de notas musicais, juntamente com sua personalidade única. Causa de estranheza no “moderno” e ao mesmo tempo conservador cenário musical brasileiro.
Sendo assim, os críticos e colegas musicais,com medo de serem devorados, ao invés de tentarem decifrar sua obra, resolveram deixa-lo por anos guardado num porão, ou melhor, esquecido mesmo, fora da mídia.Tom Zé seguiu durante anos, fazendo suas obras-primas que ninguém ouvia , e que nenhuma rádio tocava. Um show numa faculdade aqui, outro show para poucos acolá, e ele foi sobrevivendo aos trancos e barrancos, respirando mesmo assim, sua música. Até que foi “redescoberto” por David Byrne, e tudo mudou.
O documentário de Décio Matos já vale só pela cena em que David Byrne é entrevistado, e com verdadeiro sarcasmo conta como descobriu Tom Zé, e como outros brasileiros entendedores de música falaram para ele deixar para lá - talvez os mesmos que a partir de então começaram a chamar Tom Zé de gênio - e estranharam seu desejo por conhecer a obra da genial baiano. Sarcasmo puro e merecido, pois a partir de então parece que Tom Zé surgiu da terra dos mortos. Quem o ignorava, passa a chamá-lo de gênio. Direto do Irará pro mundo.
Interessante também a mea culpa de Caetano Veloso, retificando o fato de que achando seu companheiro de tropicalismo meio difícil, achou melhor deixar para lá. Há um caso complicado e muito mal resolvido entre eles. Tom Zé, inclusive, não queria o depoimento de Gil e Caetano no documentário. Chegou a brigar com o diretor do projeto por causa disso.
O documentário segue com muitos depoimentos e o acompanhamento de uma turnê de Tom Zé pela Europa. Mas cadê a música? Cadê a música?
Um documentário necessário e difícil de desenvolver, é claro.Mas que se esqueceu do principal que é a obra em si de Tom Zé. Não há em nenhum momento um aprofundamento em relação a sua obra musical. Nem mesmo uma música é mostrada integralmente.Conhece-se a personalidade de Tom Zé, mas pouco se mostra de sua música. É aí que a coisa fica estranha. Se o homem vive e respira música, toca aí, pô.
Deve ser difícil fazer um documentário sobre Tom Zé. Como é difícil classificar sua obra diante da cambaleante MPB. Sua virulência e suas opiniões mostram um homem em constante estado de criação. Ele parece estar a mil por hora em nome de sua música. Sua veia musical, sua originalidade se traduz também na sua forma de viver. Tom Zé é um enigma que vive e pensa música. Um enigma em forma de notas musicais, juntamente com sua personalidade única. Causa de estranheza no “moderno” e ao mesmo tempo conservador cenário musical brasileiro.
Sendo assim, os críticos e colegas musicais,com medo de serem devorados, ao invés de tentarem decifrar sua obra, resolveram deixa-lo por anos guardado num porão, ou melhor, esquecido mesmo, fora da mídia.Tom Zé seguiu durante anos, fazendo suas obras-primas que ninguém ouvia , e que nenhuma rádio tocava. Um show numa faculdade aqui, outro show para poucos acolá, e ele foi sobrevivendo aos trancos e barrancos, respirando mesmo assim, sua música. Até que foi “redescoberto” por David Byrne, e tudo mudou.
O documentário de Décio Matos já vale só pela cena em que David Byrne é entrevistado, e com verdadeiro sarcasmo conta como descobriu Tom Zé, e como outros brasileiros entendedores de música falaram para ele deixar para lá - talvez os mesmos que a partir de então começaram a chamar Tom Zé de gênio - e estranharam seu desejo por conhecer a obra da genial baiano. Sarcasmo puro e merecido, pois a partir de então parece que Tom Zé surgiu da terra dos mortos. Quem o ignorava, passa a chamá-lo de gênio. Direto do Irará pro mundo.
Interessante também a mea culpa de Caetano Veloso, retificando o fato de que achando seu companheiro de tropicalismo meio difícil, achou melhor deixar para lá. Há um caso complicado e muito mal resolvido entre eles. Tom Zé, inclusive, não queria o depoimento de Gil e Caetano no documentário. Chegou a brigar com o diretor do projeto por causa disso.
O documentário segue com muitos depoimentos e o acompanhamento de uma turnê de Tom Zé pela Europa. Mas cadê a música? Cadê a música?
Um documentário necessário e difícil de desenvolver, é claro.Mas que se esqueceu do principal que é a obra em si de Tom Zé. Não há em nenhum momento um aprofundamento em relação a sua obra musical. Nem mesmo uma música é mostrada integralmente.Conhece-se a personalidade de Tom Zé, mas pouco se mostra de sua música. É aí que a coisa fica estranha. Se o homem vive e respira música, toca aí, pô.
Tô só esperando ele passar aqui por perto para conferir. Pelos trailers que já vi, deve ser tão irreverente quanto Tom Zé.
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