14 de maio de 2007

007 Cassino Royalle – Martin Campbell


Lembro de algum tempo atrás. Quando ainda era menino, houve um festival de James Bond na rede Globo, era época de férias, e eu estava na casa de um primo, que entusiasmado (ainda não havia vídeo-cassete), conseguiu autorização dos pais para assistirmos aos filmes.Ele ficou louco com aquilo, enquanto eu só acompanhava, gostando daquilo mais pelo fato de poder ficar acordado até tarde. Nunca fui fã de super-heróis, ainda hoje, nenhum destes filmes arrasa-quarteirões me animam, sei que vou assistir Homem Aranha, mas não é vital pra mim. Ainda quando criança, enquanto os colegas liam gibis de super-heróis como o próprio Homem-Aranha ou Batman, eu tinha coleções de Chico Bento e Recruta Zero, estes eram meus heróis, ou melhor, anti-heróis. Eu gosto é do gasto, do demasiado humano, do normal.



Não assisti a nenhum outro 007 depois de Sean Connery, e mesmo os filmes com ele não me agradavam. Aquela coisa de homem infalível, com truques mágicos na manga do smokey e no carro potente, totalmente seguro, e catador das mulheres mais belas do mundo nunca me convenceram. Caramba, em nenhum momento o cara sente medo ou insegurança? É mais gelado do que os martinis que toma, enquanto joga seu charme infalível para a próxima mulher mais lindo do mundo. Mais que droga, assim perde a graça.

Mesmo assim resolvi assistir a este novo filme, talvez porque seja inspirado na primeira aventura escrita do famoso agente com licença para matar, e também porque todas as críticas que li a respeito dão conta de um envolvimento emocional forte com uma mulher, sendo esta mulher personificada por Eva Green. Só de pensar em ver ela novamente nua (aqueles seios!) como em “Os Sonhadores” já valia o sacrifício.

De fato, este agente personificado por Daniel Craig é mais humano, mostra um pouco de sentimentos, até chegou a me agradar. Assistindo a este filme, podemos perceber o porque de James Bond se fechar para o amor em suas outras aventuras. E têm de quebra, muitas cenas com o carteado como personagem central e adoro filmes que tenham jogos de carta.

Talvez eu dê mais uma chance para os filmes de James Bond se Daniel Craig manter seu agente como neste seu primeiro trabalho, mas vai continuar sendo difícil acreditar nos super-heróis.Ou será isso tudo despeito?

2 comentários:

  1. Nunca fui fã de James Bond, mas até que eu gostei desse Cassino Royalle, talvez por eu gostar muito do Daniel Craig, sei lá.
    Beijo.

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  2. Este filme foi o que mais me agradou. O ator é muito bom, e há algo mais: não parece o arquétipo do 007. Tem muito pouco do charme irônico dos heróis que identificamos como o agente com licença para matar. Este é mais seco, o filme parece mais sério; o que você aponta como humanidade nasce também do fato de que é mais verossímil: é violento, se apaixona, hesita... Não sei se é o 007 de que mais gosto, porque não parece 007. Mas, comparando com os anteriores, é o melhor filme, sem dúvida.

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