12 de março de 2007

Letra e Música – Marc Lawrence


Durante um bom tempo da minha vida, fui um daqueles jovens que juntava toda a grana possível para comprar discos e logo depois cd´s. Era uma necessidade básica, a música era minha melhor companheira, me entendia e confortava, num mundo que eu não entendia (e continuo a não entender), e pior, não me entendia também .Um acorde, uma melodia , acompanhada de uma letra inspirada, é que nem um casamento perfeito, duas metades que se completam e por alguns poucos minutos nos transportam para um mundo à parte. Lembro de uma vez em que a Legião Urbana tinha acabado de lançar o seu segundo “disco”, eu e outros colegas de colégio, cabulamos a aula para comprar o tal, assim que a loja abrisse. Fomos para a casa de um deles e descobrimos maravilhados a canção “Índios”, a qual escutamos várias vezes seguidas.Foi um momento mágico, que só a canção nos proporciona. Isso sem falar de todas as outras canções que eu quando criança, ficava cantando junto do som, para os outros verem. Roberto Carlos era o campeão. Hoje meus gostos não são os mesmos, mas a música continua sendo fonte inspiradora e confortadora da minha vida.Poucas coisas na vida são tão boas quando você escutar aquela música, que naquele momento, é tão necessária quanto respirar.

Lembrei disso, pois em uma das cenas deste filme, e talvez a mais bacana, os personagens de Grant e Barrymore conversam sobre música e de quanto ela é, tão ou mais importante do que os livros (não que isso seja verdade), pois nada toca tão fundo e rapidamente na alma quando a música.

Este filme despretensioso, busca contar a estória de um cantor em decadência (Hugh Grant), que procura desesperadamente uma nova chance de sucesso.Um ídolo dos anos 80, que vive do passado, e pequenos shows em feiras e bailes saudosistas . Depois da separação de seu grupo POP (não tem como não comparar com o Wham), não conseguiu mais sucesso, pois não sabe escrever letras, apenas as melodias. Até que aparece uma oportunidade de escrever uma canção para a cantora pop de maior sucesso, e ao mesmo tempo ele conhece a personagem de Drew Barrymore, que tem uma facilidade incrível para fazer as letras que ele tanto necessita. Bem, os dois começam a parceria, que não fica apenas na música, e com isso, as complicações de praxe.

Outra cena, que por si só, já merece uma espiada é o clipe inicial, onde vemos um vídeo tosco (tipo aqueles clipes horríveis dos Menudos), mas que na época adorávamos. E o bacana é ver que Hugh Grant manda muito bem como cantor, já que é ele mesmo que interpreta as canções do filme. Um filme fofinho, gostoso de assistir, que tem uma boa química entre seus dois protagonistas.E com canções que grudam no ouvido, como aquelas dos anos 80. Mas sem saudosismo.

4 comentários:

  1. Engraçado que atualmente a música deixou de ter o mesmo espaço e a mesma importância que tinha pra mim. Talvez por eu estar ficando velho ou porque a música atual é menos interessante ou porque a facilidade de se obter as faixas via mp3 acabou por diminuir o seu valor. Mas até o começo dos anos 2000, quando eu ainda tinha hábito de comprar discos era mesmo mágico descobrir faixa por faixa o trabalho da nossa banda preferida. Eu me lembro da primeira vez que ouvi "Smells like teen spirit" do Nirvana, "Don't tread on me", do Metallica, "Puteiro em João Pessoa", dos Raimunos... A década de 90 foi mágica pra mim.

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  2. Aquela sensação de pegar aquela bolachona na mão não tinha preço. Talvez, não seja a música que ficou menos interessante e sim o tempo que diminuiu. Eu, por exemplo, inves de ficar escutando um disco(cd) novo, uso meu tempo livre para assistir os poucos filmes dos muitos que eu gostaria de assistir.Muito filme, pouco tempo. Mas também tem o fato de realmente eu não achar a música atual tão bacana como antigamente. Pra você ter uma idéia, quanto mais escuto as coisas de hoje em dia, mais vou atrás das coisas que não conheço ainda do passado. Não é saudosismo, é gosto mesmo.

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  3. Esse comentário acima é meu mesmo

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  4. "Filme fofinho" foi ótimo! Hehehe

    Mas é essa a melhor descrição mesmo. Adorei o filme.

    Abraço!

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