
Tem certos filmes que assisto, que fico com raiva do diretor, por achar que ele perdeu uma grande oportunidade de fazer um grande filme. Ter uma boa história nas mãos, a ser contada, e desperdiça-la é um pecado. É exatamente o que acontece com esta adaptação do livro autobiográfico de Frei Beto. O excesso de didatismo com que o diretor leva a história, incomoda demais, as cenas parecem não se encaixar, e o filme não consegue manter um mínimo de ritmo, não flui. Por vezes, parece até panfletário, como se quisesse mostrar para a nova geração, o horror da ditadura, e ninguém houvesse lido ou assistido qualquer coisa, a respeito deste período negro no Brasil. Li algumas críticas a respeito do filme, e ao contrário do muito que li, não acho que o assunto está saturado, é um período que deve e pode ser falado se assim alguém achar preciso. Voltar ao período para mostrar o envolvimento de padres na luta contra a ditadura, é no mínimo interessante. Pena que Ratton se levou a sério demais, é fez um filme quadrado. Parece mais um filme dirigido por Sérgio Rezende.