14 de abril de 2011

As Mães de Chico Xavier – Glauber Filho e Halder Gomes


A fé e o amor são intangíveis e irracionais, não existe medida para ambos.Pode-se abrir mão de um ou outro, mas sempre ficam num canto guardados, escondidos, prontos para aparecerem. Até porque são extremamente ligados.Geralmente a procura da fé acontece – infelizmente – na hora da dor. Comigo mesmo foi assim, em um certo momento fui atrás da fé, para apaziguar as dores pelas perdas e também pela falta de várias outras coisas. Mas tudo é muito complicado, ou melhor, eu me complico nessa eterna (palavra forte, principalmente aqui) falta de jeito com a vida. Será a falta de fé que faz meu amor não se manifestar? Ou será a falta de amor que faz a fé nem sequer aparecer? De qualquer forma, a fé que tenho, e que considero um dom natural de todos nós, me diz que tenho um longo – e bota longo nisso -caminho pela frente e tudo virá a ser felicidade um dia. Há muito a se aprender, e muitos tropeços no caminho, mas vamos lá, seguir em frente. No final o bem é sempre maior que o mal, como é dito no comercial da Coca-Cola, ou da margarina. Disso eu sei. Essa é a minha verdade, e antes de mais nada, não estou aqui querendo difundir nada, nem convencer ninguém, talvez só a mim mesmo.

Na minha família, na minha existência, o espiritismo sempre fez parte natural da vida. Desde menino vi e presenciei várias manifestações à respeito, talvez por isso mesmo, tudo me foi sempre natural. Não é uma coisa que aconteceu agora, por causa dos filmes espiritas, que brotam lucrativos. Não há surpresas e nem questionamentos neste momento com relação ao que é mostrado neste filme ou nos outros que já pasaram nos cinemas recentemente.Ouve uma época, como descrevi acima, que realmente até tentei me aprofundar nos estudos à respeito da filosofia espírita, e acabei – inclusive – lendo vários livros do Chico Xavier e outros mais, até este no qual se baseia o filme. Mas atualmente, tenho tentado me virar com o que tenho, numa angustiante procura por minha paz, aqui, agora, tentando melhorar aos poucos. Acho que preciso e prefiro mais de um terapeuta do que um centro espirita no momento. Na verdade, o que aprendi com o espiritismo é que a vida é um ato contínuo, que não existe fim, é uma escadaria rumo ao desconhecido, compete a mim, quando fechar meus olhos e desencarnar, subir um ou dois degraus, que é o certo, ou descer (retroceder) aos ditos umbrais, mas isso é outra história.

Quero viver o que tenho que viver aqui no mundo, e depois( lá onde?) o que vem depois, até porque sei que a coisa não acaba. Mas se é desesperador até para quem acredita, imagina para quem não acredita em nada, ver alguém muito amado morrer.A perda é insuportável, e esse filme vem mostrar o que Chico Xavier considerava em vida, seu legado mais importante, que eram as cartas psicografadas às mães desoladas que perderam seus filhos.

O filme em si, demora um pouco a decolar, é sim, bem irregular, mas tem força na atuação de seus atores, todos ótimos, e quando finalmente as histórias das mães começam a convergirem, faz chorar até o mais incrédulo. Se não fosse aquela musiquinha irritante do Flávio Venturini, seria bem melhor. Nelson Xavier(ex-ateu) parece que tomou para si (de novo) a persona de Chico Xavier e aparece em outro trailer no mesmo personagem. Mas não tem jeito, quem já é familiarizado com o assunto não vai enxergar os defeitos. Já quem odeia qualquer tipo de menção à espiritualidade (intelectuais, agnósticos, etc.) vai odiar, não tem jeito.

Assisti este filme num shopping, numa sessão do meio-dia, a sessão estava cheia de velhinhas contentes pelo passeio. Quando terminou a sessão, havia um grande corredor na saída, fiquei caminhando a passos curtos, escutando o papo entusiasmado de algumas a respeito do filme.Muitas ali, estavam visitando o cinema depois de décadas. Discutiam entusiasmadas, cenas por cenas. Fiquei feliz por elas e talvez só por isso, está onda espirita-cinematográfica já valha a pena.

8 comentários:

  1. ô Betão! Não sabia que escrevia, menos ainda bem desta maneira.
    Gostei... bastante.

    Abraço

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  2. Te conheço? desculpe, mas estou tentando lembrar de onde. São tantos Alexandres...De qualquer forma, valeu.

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  3. "Te conheço?" é ótima. haha
    Ale... Yes... lembrou?
    Não é a minha foto mas lembra um pouco, se quiser dar uma olhada http://alegreghi.blogspot.com/2011/01/faz-meu-autorretrato.html

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  4. Tá vendo, não falei... é tanto Alexandre que conheço, até mais que Maria e José juntos.Impressionante. Valeu a visita Alê, volte sempre, vou visitá-lo também.

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  5. essa coisa de fé é pé na estrada, no tempo, às vezes pé no saco, de qualquer forma é preciso estar ligado numa possibilidade, não dá para viver desplugado, como se a exstência fosse mero acaso.

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  6. Resumidamente é isso mesmo, valmir.Mero acaso lhe garanto que não é.Se não yudo seria válido, não é mesmo

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  7. Fala Betão, beleza? Que bom ver que você voltou a escrever no blog depois de tanto tempo, ainda mais vendo você comentar sobre um filme espírita e para minha surpresa saber que você leu muitos livros sobre o assunto. Eu ha um bom tempo estudo a filosofia espírita e pelo pouco que conheço, seegundo o espiritismo nós nunca retrocedemos, no máximo estacionamos. Espero que se interesse em voltar a ler, tenho boas indicações de livros para você. Vou continuar de olho no blog, abração...

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  8. Grande Celso, um abração.

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