18 de abril de 2011

Onze Horas de Virada Cultural 2011



Já faz uns quatro anos que aprecio e compareço na Virada Cultural de São Paulo, para mim, o grande evento do ano. Mas desta vez, deixei para acompanhar apenas a parte do dia, pois das outras vezes perdia os shows de domingo, amanhecia e eu não agüentava mais, pois ficar mais de doze horas de pé correndo de um show para outro não é para qualquer um. De qualquer forma, neste ano peguei mais leve e dei inicio à maratona bem cedinho, mas triste por ter perdido os covers de alguns dos clássicos dos Beatles.

Por questão de escolha, para mim, o principal show seria do White Álbum, que aconteceu às nove da matina, de lambuja, o primeiro show que assisti foi do Yellow Submarine.Mas mesmo me sentindo emocionado por escutar todas as canções ao vivo, do meu álbum preferido dos The Beatles, ficou uma sensação amarga, pois me pareceu que os rapazes do Beatles4Ever Covers, no afã de bater o recorde para o Guiness Book, de ficar tocando vinte quatro horas seguidas, esqueceram que se cansariam. Dava até dó do George Harrison Cover, tava só o pó, mesmo assim, é louvável o esforço deles.

Depois, com o sol do meio dia na cabeça (meu rosto está um pimentão vermelho), fui assistir ao show de Almir Sater. Estava quase desistindo quando começou o show, e Deus meu, que show! Genial! Eu realmente não esperava assistir a algo tão maravilhoso, arrasou total. Mesmo com um sol forte me queimando a cuca, nem percebi o tempo passar. O cara tem uma docilidade e afinação na voz, e seus dedos dedilham a viola de forma impressionante, assim como todos os músicos que o acompanharam, arrasaram também. Quando acabou, pensei em até ir embora, pois duvidei que assistisse algo melhor. Alguém também já deve ter passado por isso, de você escutar – exemplo – um disco tão bom, que não dá nem graça de ouvir outros. As músicas instrumentais foram as melhores. Interessante, é que não sei classificar a música dele, Sertaneja? Pantaneira? Caipira? Eu sei que todas estas duplas ditas “sertanejas universitárias” deveriam assistir ao show do Almir Sater de joelhos, de preferência com uns milhos em baixo, e depois se esconderem de vergonha. Poucos e bons assistiram ao show, e eu fiquei no gargarejo. Eu que fui assistir à toa, recomendo e repetirei a dose quando puder. Um músico simples, em estado de graça musical. Como diz uma das suas canções “Tudo é sertão, tudo é paixão/ Se o violeiro toca/ A viola, o violeiro e o amor se tocam”. Gênio.

Aproveitando que já estava lá, acabei ficando para assistir ao Renato Teixeira, já que ele tem toda uma afinidade musical com o Almir Sater, tanto é que ele acabou repetindo várias canções que Sater já havia cantado anteriormente, pois são parceiros musicais. O que mais gostei no show dele, foram os “causos” que ele contava antes de cantar uma música. Tanto é, que a música que mais me emocionou foi “Cuitelinho”, que antes de ser interpretada, foi feita uma pequena homenagem a Paulo Vanzolini, e Renato contou como ele “descobriu” está música em uma viagem de chalana. História tão boa e singela como a música, que quando ele cantou realmente aconteceu de “o zóio se enche d´agua, que até a vista se atrapáia, aí, aí, aí”.

Por último, e também não esperando muita coisa, fui assistir ao “amigo do Rei”. Fiquei bem próximo ao palco, e pude assistir ao Tremendão bem de perto. Como pode um homem daquele tamanho todo, ter uma voz tão pequena? De começo, me assustou a quantidade de músicos naquele pequeno palco do Arouche. Tanto é que no começo do show – que demorou um pouco a engrenar – tinha uma microfonia irritante. Era muito músico bom num espaço muito pequeno. Tenho a impressão que Erasmo sabe muito bem das suas limitações vocais e nem liga. Sabe também que é um excelente músico e demonstra um prazer juvenil, ou melhor, sexual, como ele mesmo disse, quando está no palco. Se em algumas músicas, Erasmo errou como em Gatinha Manhosa ou Negro Gato. Em outras ele arrasou como em Superstar, (música daquele momento carência, em que seria a hora, para se estar abraçadinho a alguém), ou na versão furiosa de “E Que Tudo Mais Vá Pro Inferno”, daí em diante ele e a banda arrasaram. Alias, vale ressaltar, que banda! que Rock bem tocado! Fico imaginando - como no exemplo já citado do Almir - estas bandas de rock colorido de pelúcia de hoje em dia escutando o Tremendão. Devem se esconder de medo do bicho! Ou melhor, do Rock. Nunca tinha visto Erasmo Carlos ao vivo, me emocionei por ficar tão próximo ao amigo do Rei. E agora, respeito o grandão mais ainda, pois ele realmente entende de Rock. No final, emocionado, dedicou o show à Ana Paula, filha do amigo, que havia falecido no dia anterior.

Assisti a menos shows do que gostaria, nas outras edições cheguei a ver mais. Mas a quantidade foi trocada pela qualidade. O saldo foi positivo, e Almir Sater é gênio musical.

3 comentários:

  1. O George da banda já estava só o pó desde o começo do show, Beto. Eu acompanhei do WITH THE BEATLES ao RUBBER SOUL e no domingo os dois PAST MASTERS. E o "John" e o "Paul" ainda estavam com bastante disposição, até por serem mais jovens. O pobre do George é que deve ter ido direto pra algum hospital. hehehe

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  2. Putz, perdi o Rubber Soul, gostaria muito de ter visto. O George deve estar no hospital até hoje.

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  3. Olá Pessoal,

    Encontramos esse belo espaço e por isso resolvemos segui-lo pelo blogroll do nosso 'O Teatro Da Vida'.

    Abraços,

    Jonathan Pereira

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