22 de agosto de 2006

A Casa do Lago – Alejandro Agresti


Grata surpresa, este filme dirigido pelo argentino Agresti. Se o cinema argentino anda fazendo bonito, com seus belos filmes, que eu particularmente tenho gostado muito, eis aqui mais uma prova da boa safra à qual passa a Argentina. Agresti foi para Holywood e fez bonito, muito bonito.

Contando a história de um amor “quase” impossível, onde um homem e uma mulher se correspondem com dois anos de diferença entre eles. Agresti consegue passar à margem de qualquer tipo de lugar comum, para contar uma história que facilmente na mão de outro diretor cairia no banal, ou num simples chororô piegas. Mas não, isso em nenhum momento acontece, muito pelo contrário. Agresti nos presenteia com uma direção para lá de segura.Conduz o filme com um refinamento pouco visto ultimamente. Ouso dizer que junto com Spike Lee pela direção de “O Plano Perfeito”, esta seja a melhor direção do ano. O diretor conduz seu filme como um barco, que navega tranqüilo, próximo à casa do título, capitalizando também uma interpretação segura e econômica de seus protagonistas. Seguramente Sandra Bullock encontrou seu melhor papel na carreira de atriz, e Keanu Reeves também está muito bem com uma interpretação contida, que caí muito bem ao seu personagem. Graças à Agresti, que apostou nesta dupla, que à primeira impressão, me fez não querer ver o filme, mas o que um bom diretor não faz, não é...

A solidão é o ponto central do filme, e o tempo adverso entre o casal, nos mostra isso, com os dois anos de diferença entre eles. Mas em nenhum momento as idas e vindas no tempo, fazem com que o filme se torne confuso. Tudo é conduzido numa calmaria que só o amor, e não a paixão, pede. O sentimento entre os protagonistas vai se alimentando de forma serena e segura. A grande prova disso, é o primeiro encontro entre os dois (numa cena que não vou dar detalhes para não se perder as surpresas), na cena mais linda do filme, este encontro é desenvolvido aos poucos, numa situação crescente que ao som maravilho de Paul Mcarteney, chega ao auge numa dança. A forma como é construído este encontro já vale uma segunda chance ao filme, tamanha precisão e construção da cena. É um daqueles shows de direção onde o menos vira mais, muito mais.

A Casa do Lago é um filme a ser visitado e apreciado por ser um singelo filme sobre o amor e o tempo, Um filme econômico em sua maneira de ser, e por isso mesmo grande.Além, é claro, do show do diretor, que agora irei como louco procurar seus outros filmes, pois quero muito mais de Alejandro Agresti.

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