4 de julho de 2007

A Palavra – Carl Th. Dreyer


“ Eu sou pedreiro... Eu construo casas, mas ninguém vai morar nelas
Eles querem construir sozinhos...
Eles mesmos constroem, mesmo sem saber fazer.
Então alguns deles habitam cabanas não terminadas...
Outros vivem em ruínas...
Mas a maioria vagueia sem ter casa para morar.
Você é um que precisa de casa?”



Estas são algumas das palavras proferidas pelo filho do meio que, volta ao seio da família de fazendeiros, depois de passar um tempo fora, estudando teologia. A questão é de que ele volta se auto-intitulando Jesus Cristo, e quase todos da família - que por sinal é muito religiosa- passam a duvidar de sua sanidade mental. Isso até um dos familiares ficar muito doente, e suas palavras serem postas à prova.

A fé e a religião permeiam em todas as palavras e cenas este magnífico filme. E aposto que o mais agnóstico dos homens, fica sem palavras diante de tamanha obra-prima realizada por Carl Th. Dreyer.

Se na vida, quanto mais se aprende, mas a gente percebe que tem a aprender, isto serve também com relação ao cinema. Não sei como não havia assistido ainda esta obra genial e única, ou mesmo qualquer outro filme do diretor.

Entre os conflitos religiosos de duas famílias, assistimos ao filme de andamento lento, mas preciso, que com a mão genial de Dreyer, usa essa lentidão para a história nos cativar e adquirir forma e força. Quando o filme chega em sua cena final, por sinal a mais importante, já não importa o que se acha do milagre que se mostra. Os acontecimentos ficam à parte, perante a força das cenas dirigidas por Dreyer.

Um filme para se assistir de joelhos!Uma oração cinematográfica! Imagine isso assistido no cinema.Pena que assisti em DVD, mas antes tarde do que nunca.

4 comentários:

  1. Também descobri Dreyer recentemente. "O Vampiro" é, com certeza, um filme para se ver de joelhos! Estou em busca agora de "A paixão de Joana D'Arc"...

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  2. Quatro estrelas para Filhos da Esperança? Achei esse filme tão ruim... Também te achei muito bonzinho com o Piratas do Caribe.

    Abraço, Betão. Este espaço está cada vez melhor.

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  3. Valeu Alê.
    Acho que todo mundo já vai assistir Piratas não gostando. Eu fui assistir sem esperar muito, portanto me diverti a beça, achei engraçado e despretencioso.Filhos da Esperança entraria fácil fácil na lista de melhores do ano, se não tivesse sido lançado em dezembro, já assisti duas vezes. é sensacional. Ótimos planos sequencias.

    O Andrus, valeu a visita. O seu blog é muito legal também, serei leitor constante.
    Agora quero assistir tudo de Dreyer que me for possível, o homem era gênio.

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