18 de janeiro de 2013

A Viagem – Irmãos Wachowski e Tom Tykwer


Lembro-me de ter começado a assistir aos filmes lançados em janeiro do ano passado com “A Separação”, obra-prima iraniana. Não por acaso, nos últimos anos os grandes filmes do ano, acontecem sempre no primeiro semestre, até por causa do Oscar. Agora em janeiro, a coisa promete com grandes estreias. Se no ano passado a coisa começou promissora, este ano a se contar  por este filme, que foi o primeiro do ano, a coisa vai ser feia. Quanto desperdício de produção , efeitos e tempo.

“É o Chico Xavier americano”. Disse um telespectador atrás de mim, assim que o filme terminou. Antes fosse isso, mas na verdade é bem pior. Três horas de enganação, temperadas com muita produção e visual, mas várias histórias frouxas que não se sustentam. Acho que como os americanos não conhecem muito bem o espiritismo, ao contrário dos brasileiros – pátria do espiritismo, como é dito em qualquer centro espirita- que mesmo não sendo adeptos, conhecem um pouco graças ao já mencionado Chico Xavier. Ficou difícil contar uma história com esta premissa, então os irmãos Wachowski resolveram mostrar a história com muitos efeitos e pompa, para amarrar o espectador comum americano. Mas a coisa degringolou. Pensei que eles não conseguiriam fazer coisa pior que “Speed Racer”, ou as sequencias de Matrix, mas me enganei.

Entre as várias histórias contadas em várias épocas diferentes, e que supostamente, eles tentam passar ligação entre elas, querendo passar a mensagem de que a vida de todos é interligada, não importa a época, a que mais chama atenção é a do futuro distante, em que Doona Bae, faz uma espécie de Jesus Cristo, e morre para passar uma mensagem para as futuras gerações. Dá até sono. Também chega a ser interessante a ambientação dos anos setenta, sobre uma repórter investigativa vivida por Halle Bely, mas como nos outros exemplos, a pequena história não se sustenta, e fica aquela sensação de: “Mas é só isso?”.

Mas o que se salva neste filme são os atores, que até dão credibilidade a certos personagens, como Tom Hanks como um escritor que se vinga de um crítico impiedoso, na melhor cena. Ou mesmo, todos os personagens maus personificados por Hugo Weaving. Dá até vontade de torcer pelos bandidos, ao invés dos mocinhos.É pouco, muito pouco, para tão grandiosa produção.

Se é para falar de espiritismo e filosofias afins, por enquanto é melhor ficar com a produção tupiniquim mesmo, e olha que nem é grande coisa.

Promessa de começo de ano: Não assistir mais as "supeproduções" dos Irmãos Wachowski.

2 comentários:

  1. Sabe, tenho lido críticas bem distintas. Particularmente, o filme me agradou, escrevi uma resenha bem entusiasmada. Não concordo plenamente quanto a temática do espiritismo, acho que A Viagem transita mais pela plenitude do amor. Abração!

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    1. Li sua crítica. Você é bem bonzinho com este filme, hehehe. Celo, atesto e assino em baixo que o filme tem todo um vies espirita, até pelo fato de usar os mesmos atores, e em cada época eles terem uma marca no corpo. Isso se chama reencarnação. Valeu!

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