24 de janeiro de 2013

Django Livre – Quentin Tarantino



E lá vamos nós para o parque cinematográfico de Tarantino novamente. E com muito prazer, é claro. Neste seu oitavo filme, o diretor mostra igual vigor para brincar e levar a sério a brincadeira que mais gosta na vida, o cinema. Seu estilo, seu talento indiscutível estão novamente à prova, para nos levar, amantes e brincantes da grande tela a acompanhar mais uma aventura sua com grande deleite. Uma montanha russa em forma de filme. Quer melhor?

Fico lendo as resenhas e críticas a respeito deste seu novo filme, e fico me perguntando o que o diretor acharia delas. Certamente, não esta nem aí, pois ele sabe muito bem aonde esta pisando e o domínio que tem do que faz. Seus filmes são imensos, e todos baseados na sua paixão pelos filmes B, por Sergio Leone e outros diretores dos antigos faroestes, assistidos na adolescência, quando – talvez – nem sonhava em chegar aonde chegou. Cada filme seu é uma montanha russa em que montamos (sentamos) ávidos pelas emoções que nos esperam, e neste seu último filme, elas estão aos montes. E dá-lhe sangue, atores – este Christoph Waltz, hein?! - em estado de graça, e diálogos impertinentes e espertos. E ainda por cima, uma trilha sonora melhor do que a outra. É disso que gostamos. Quem quer outra coisa que vá assistir Godard.

Mas os politicamente corretos e chatos de plantão insistem em achar defeitos. Até mesmo um cineasta que muito admiro como Spike Lee, botou a boca no trombone, mesmo  sem assistir ao filme, pois acha que a palavra “nigger” é muito usada no filme, e que é depreciativa, assim como a violência mostrada, como na cena em que um escravo é devorado por cães. Ora, ora, será que ele acha que na época os escravos eram tratados a brioches e leite quente?

O que mais impressiona novamente é como Tarantino consegue chegar ao limite da comédia e da violência, sem ser apelativo. Afinal, apesar de – fato – a Ku Klux Klan ser uma aberração, uma idiotice de homens insanos, e que muito mal causou, ele consegue tirar um sarro dos seus seguidores, que até me lembrou de Monty Python, obviamente outra homenagem a suas referencias. No cinema, pode-se tudo, até mesmo mudar a história, como ele já provou no filme anterior “Bastardos Inglórios”, onde ridicularizou Hitler e o matou – adivinhe? – dentro do cinema. Aqui quem dá a bola é Django, o grande justiceiro dos negros, que saí matando meio mundo de branquelos escravocratas. No cinema pode. E Tarantino é mestre nisso. São três horas de deleite, e quando o filme acaba, fica o gosto de quero mais. Dá vontade de assistir de novo.

Em recente entrevista na Playboy, Tarantino disse que se dá por satisfeito se conseguir fazer dez filmes significativos, e prefere parar a ficar velho fazendo filmes decadentes. Do jeito que a coisa vai, serão muitos outros. Eu do meu lado, aguardo sua próxima montanha russa cinematográfica, como o menino que um dia eu fui, e adorava ir ao Playcenter ou outro parque de diversões qualquer. Só que agora, é de adulto. O parque Cine Tarantino. Salve, salve!

Segue lista com minha lista por ordem de preferência:

8 – À Prova de Morte ***
7 – Jacke Brown ***
6 – Cães de Aluguel ****
5 – Kill Bill – Volume II ****
4 – Django Livre ****
3 – Bastardo Inglórios *****
2 – Kill Bill – Volume I *****
1 – Pulp Fiction *****

4 comentários:

  1. Ótimo texto, meu camarada. Tarantino é o cara e Django, ainda que não seja o melhor do diretor, é um filmaço. Vontade rever também. Abração!

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    1. Ótimo é o seu, que li recentemente no seu blog. Até te imitei e pus minha listinha em ordem de preferencia, hehehe. Valeu a visita, Celo. Amanhã tem Lincolm

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  2. Adorei o post, adoro tarantino pelos defeitos que os outros apontam - me julguem! Aguardo Lincolm.

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