21 de março de 2006

Menina de Ouro – Clint Eastwoood


Como estou começando o blog nesta semana. Achei interessante colocar, mesmo já estando em março, um pequeno comentário dos filmes que mais gostei em 2005. Apenas cinco deles, que recomendo para se ver e rever sempre. Este é o último deles, a obra-prima do velho e bom Clint.



Menina de Ouro – Clint Eastwoood

Muito já foi dito sobre esse filme do velho e cada vez melhor Clint. Esse é o homem!

Mas uma das coisas que mais me intrigam neste filme é a questão religiosa que está contida de forma perene, porem sutil.

Sua esplendida fotografia cheia de sombras nos mostra como o personagem de Clint se sente perante o mundo: uma sombra de si mesmo.E a culpa vive a lhe remoer como uma coroa de espinhos, que ele vê exposta na igreja católica, lugar que ele freqüenta diariamente, cheio de questionamentos, num lugar onde certas perguntas não são muitas bem vindas, como demonstra o padre, ao qual ele interroga.

Ele vive nas sombras e na culpa constantemente. Como católico fervoroso que é.
Qual sua culpa tão grande? Será que tem haver com o fato de sua filha não falar mais com ele, nem responder suas cartas? A destreza e conhecimento das drogas que ele utiliza e pratica na eutanásia ao final do filme, não denotam uma ligação entre estes fatos?
Aquela não seria a terceira mulher à qual ele estaria perdendo por forças das circunstancias, por uma prática considerada abominável aos olhos da sua santa igreja.Pois aos olhos da igreja católica, este é o maior dos pecados. Mas o que fazer se o amor é a maior das dádivas, e foi justamente por estes amor que ele fez o que fez. Onde está o erro?

Que tragédia é essa em que, por amar demais uma pessoa, a ponto de não pensar duas vezes, se preciso for, em entregar a sua própria vida, ele tem que fazer muito pior. Morrer seria fácil.

O que lhe resta no final, é apenas a procura de uma boa fatia de torta de limão e a lembrança longe, muito longe mesmo... da paz de espírito.

No seu entendimento, sua alma está perdida, ela está sem Deus. Seria muito fácil não acreditar em Deus, difícil é acreditar. E as sombras continuam.

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