26 de maio de 2006

O Exorcismo de Emily Rose – Scott Derrickson


Sempre vi filmes considerados de terror com certa ressalva, por vezes até, como uma espécie de mundo “menor” do cinema. Daí, a grata surpresa e satisfação ao ver esta obra, que ano passado assisti no cinema e agora revi em dvd e gostei mais ainda. Correto dizer que a mistura de tribunal com terror. Ajudou decisivamente, para seu belo acerto, até porque é baseado em uma história verídica. Vale, inclusive, dar uma espiada no site oficial do filme, que contem vários artigos sobre o caso na época do ocorrido.

Vamos a ela, que no inicio mostra a morte de Emily numa sessão de exorcismo praticado pelo padre de sua paróquia, que com isso vai preso. Aí que entra a advogada de Laura Linney, ambiciosa e totalmente desapegada a qualquer tipo de crença ou religião, aceita fazer a defesa em tribunal do padre. Em contra partida, seu oponente, o defensor público vivido com Capbell Scott, se diz um homem de Deus, mais que não acredita ou aceita tal tipo de ritual. Daí começa um embate entre ciência e espiritualidade, enquanto vamos acompanhante em flash-back o que aconteceu com Emily do inicio até a sua morte. E aí que está o grande ápice do filme, estas cenas chocam sem serem exageradas , verdadeiramente assustam ao mais cético descrente, nos fazendo entrar num verdadeiro horror.

Paralelamente acompanhamos o julgamento do padre e certos acontecimentos com a advogada, que a fazem já não se sentir tão segura de si, como se um novo e estranho mundo, diferente ao qual ela se sentia segura,lhe desperta.Nada será como antes.

É preciso ressaltar o elenco primoroso, que dá toda credibilidade aos seus personagens e conseqüentemente ao filme. As sutis mudanças pelas quais o personagem de Laura Linney vai passando, com o seu contínuo envolvimento no caso. Assim como o amedrontado e contido padre exorcista (Tom Wilkinson). Mas quem rouba a cena é Jennifer Carpenter; a que se louvar a dispensa dos tão usuais efeitos especiais, Jennifer exprime do seu corpo gestos e grunhidos de intimidar o mais destemido, seu corpo se contorce todo, fazendo parecer que ela está realmente sentindo dores. É de chocar por dias.

Assim como no tribunal, o público de dividirá ao assisti o filme, os agnósticos deveram acusá-lo de tendencioso, como de fato o é. Assim como os que acreditam no sobrenatural ou espiritual irão em determinado momento de um sonho de Emily, na leitura de uma carta, conseguir ir do puro horror ao choro comovido. Pequenos achados de uma direção segura e que corre riscos.

Certo momento, o promotor diz que dúvida de tudo que ouviu da defesa ou do padre, por ser temente a Deus. Pensa ele ter certeza de tudo. A nós, os outros, cabe o beneficio (ou martírio) da dúvida, e quantas dúvidas... Cuidemos de nossas almas.


4 comentários:

  1. Filmaço mesmo. Mas não vejo porque considerar o horror um gênero menor ou menos valoroso. Eu tenho uma queda pelo gênero e acho justamente o contrário. Hehehe

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  2. Pois é, lendo seu blog, comecei a me interessar mais por este genero, que antes considerava "menor". Acho que é resquicíos de Jasons e Sexta-feiras Mil, que assistia adolescente e detestava.Estou aprendendo e reaprendendo sempre Ailton, o legal é isso.E esse filme, definitivamente, eu adorei, já tenho até uma cópia em DVD.Lembro de ter ido assistir graças ao seu comentário no blog. Ta vendo, Diario de um Cinefilo, influenciando as pessoas, he,he,he.
    Valeu.

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